Sem Raquel, PSDB pode ir para a oposição. Definição será de Bruno Araújo

    

A quatro dias da filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, em evento marcado para às 18h55 desta segunda-feira, dia 10, no Recife, o presidente nacional do PSDB, o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, divulgou nota esta quinta-feira à tarde se posicionando, pela primeira vez, sobre a saída da governadora do ninho tucano. A nota, publicada, com exclusividade, por este blog, ao mesmo tempo que reconhece a governadora como “exemplar em tudo o que se propôs a fazer, seja como prefeita de Caruaru, seja como governadora de Pernambuco”, dá alfinetadas claras em Raquel, falando no apoio que ela teve através dos fundos partidários e eleitorais e, respondendo ao fato da governadora ir para um partido da base do presidente Lula, e de ter dito que nunca concordou com a oposição dos tucanos ao presidente, diz que “o Brasil precisa de união e não de adesismo”.              

Marconi Perillo nunca escondeu, nos bastidores, seu descontentamento com a decisão da governadora de deixar o PSDB, um partido que, para sobreviver, vai precisar se juntar a outras legendas e que tinha nos três governadores que elegeu em 2022, a própria Raquel e os atuais governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, um trunfo para compor uma Federação Partidária com o Podemos, Solidariedade e Cidadania. Como resposta a isso tudo ele deixa  claro na nota que Raquel não vai poder continuar com o comando da legenda no estado, informando que o ex-deputado federal Bruno Araújo, que já presidiu a legenda em Pernambuco e no país, está encarregado de ouvir lideranças políticas pernambucanas para definir o rumo partidário.

Esta decisão de Marconi deixa clara a preferência para a entrega da presidência do partido em Pernambuco ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto, que, é oposição à governadora e transferiu todo o seu grupo político do PSDB para o Republicanos, do ministro Sílvio Costa Filho, e se preparava para ingressar no novo partido na janela partidária de 2026. Bruno é tido como amigo-irmão  de Álvaro e já chegou a ligar para o mesmo sugerindo a permanência na legenda tucana. “Ele só não será presidente se não quiser” confidenciou ele a um amigo há poucos dias, deixando claro que é este o caminho que deseja perseguir.

PSDB vai fazer falta a Raquel?

O PSDB tem três deputados estaduais no estado e nenhum federal. Se ficar sob o comando do presidente da Alepe, é possível que os dois outros parlamentares da legenda, Débora Almeida e Izaías Regis, acabem acompanhando a governadora e ingressando no PSD na janela partidária daqui a pouco mais de um ano. O mesmo destino podem ter  os 32 prefeitos eleitos pela legenda no estado no ano passado, todos eles da base de Raquel. Nos meios políticos, no entanto, ninguém duvida que Álvaro Porto pode tocar o partido e eleger bancadas federal e estadual, pequenas mas suficientes para a sobrevivência  dos tucanos em Pernambuco. Neste caso o mais provável é que passe a fazer parte da base do prefeito João Campos.

Trump derrotado na OEA

Uma articulação que reuniu Brasil, Uruguai, Bolívia e Chile em apoio ao diplomata do Suriname, Albert Ramdin, para presidir a Organização dos Estados Americanos (OEA) levou o presidente do Paraguai, Santiago Pena, a desistir de apresentar o seu chanceler Ruben Ramirez Lazcano como candidato ao posto. A articulação que derrubou o nome de Lazcano foi conduzida pelo presidente Lula ao saber que o diplomata paraguaio tem as mesmas ideias do presidente americano e foi vista como uma vitória brasileira e uma derrota para Donald Trump.

O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, vai aceitar o desafio de presidir o PSDB em Pernambuco?

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