Watergate faz 50 anos. Leia

o livro, veja o filme ou a série Gaslit

 

A mídia americana foi inundada com especiais sobre os 50 anos de Watergate neste 17 de junho (1972). Assistir aos documentários, ao icônico filme com Robert Redford e Dustin Hoffman ou ler o livro “Todos os Homens do Presidente”, de Woodward e Bernstein que inspirou o longa , pode ser oportuno para entender detalhadamente o grande escândalo que “invadiu” a Casa Branca na época e mudou sua imagem perante o mundo. Além do livro e do aplaudido filme, existem outras obras tendo Watergate como pano de fundo. Gaslit, por exemplo, que já indicamos neste espaço, a série com Júlia Roberts interpretando Martha Mitchell, a primeira a falar publicamente que o presidente Nixon estava envolvido no caso, apresenta neste fim de semana o último episódio que conta bastidores do acontecido, encerrando a sua primeira temporada na plataforma Starzplay e que pode ser acessada também pelo Combo Net Now – Claro. O livro para quem ainda não leu ou deseja aprofundar estudos sobre o tema eleições presidenciais nos EUA X política, filme ou série, não deixam de ser uma sugestões para o fim de semana.

 

Para entender a história que mudou a visão sobre a Casa Branca

Na madrugada de 17 de junho de 1972, cinco arrombadores foram presos instalando escuta eletrônica e furtando documentos na sede do Partido Democrata, nos EUA.

Dois repórteres do jornal The Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, logo perceberam que havia no crime mais do que um caso de polícia local. Um dos presos fora identificado como ex-agente da CIA e responsável pela segurança na campanha de reeleição do presidente republicano Richard Nixon.Três dias depois do arrombamento, Bob Woodward estava diante de sua fonte anônima, apelidada de Deep Throat (garganta profunda) na série de reportagens que valeram um prêmio Pulitzer.

Três décadas mais tarde, Deep Throat foi identificado como Mark Felt, o então número 2 do FBI, que tinha sido usado antes como fonte por Woodward. Felt detestava Nixon e já tinha enfrentado tentativas da Casa Branca de usar seus agentes federais para fins políticos.A invasão de Watergate se revelou apenas uma fase da campanha ilegal movida por Nixon para garantir a derrota do candidato democrata George McGovern, em novembro daquele ano. Um capanga do presidente já havia ajudado a tirar do páreo, em fevereiro, o democrata mais centrista e com mais chances contra Nixon. A publicação de uma carta falsa atribuída ao pré-candidato Edmund Muskie, com uma referência ofensiva a americanos descendentes de canadenses, forçou Muskie a abandonar a disputa.

O escândalo Watergate, inicialmente acompanhado com maior afinco pelo Post, demorou a desenvolver a gravidade histórica que adquiriu depois. Nixon se reelegeu com folga. Mas, em maio de 1973, começaram as audiências do comitê de investigação no Senado com a participação da testemunha-estrela John Dean, o conselheiro jurídico de Nixon, que renunciara em fevereiro e passou a oferecer uma detalhada delação premiada do esforço para acobertar os crimes do presidente.

O outro momento decisivo para forçar a renúncia de Nixon, em 9 de agosto de 1974, foi a revelação, nas audiências, de que o presidente havia instalado um sistema de gravação das conversas que mantinha na Casa Branca. Nixon entregou gravações editadas, alegando privilégio executivo, mas acabou forçado a entregar as fitas que comprovaram a compra de silêncio dos envolvidos no escândalo.

Redação – Com veículos – Imagens- Divulgação

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