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Vacina da dengue :Quem não pode tomar o imunizante

– Idosos, por exemplo, não fazem parte do público-alvo da proteção-


A vacina contra a dengue Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda e já aprovada pela Anvisa para uso no Brasil em março, chega nesta semana nas clínicas privadas. Segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), a expectativa é que a partir de sábado as doses passem a ser oferecidas à população. “A chegada da vacina da dengue às clínicas particulares está prevista para esta semana, mas não há uma data exata, pois as clínicas dependem da indústria. Diante disso, a expectativa da entidade é de que o público já consiga se vacinar, no máximo, a partir do dia 1 de julho deste ano”, diz a associação em nota.

A aplicação é a primeira destinada à prevenção da dengue em indivíduos que nunca tiveram a doença, e por isso alcança um público inédito no país. Isso porque a dose que já tinha o aval da agência reguladora, a Dengvaxia, da Sanofi, é indicada somente àqueles que já foram contaminados, de modo a evitar um quadro de reinfecção – geralmente mais grave. Além disso, o imunizante da Sanofi contempla uma faixa etária menor, somente de 9 a 45 anos. Por isso, representantes das clínicas acreditam que haverá uma procura maior agora pela vacina da Takeda, como mostrou O GLOBO em reportagem recente.

Quem pode tomar a vacina contra a dengue?

No entanto, embora tenha um público-alvo mais amplo, não são todos que podem receber a nova vacina da dengue. Ela é indicada à faixa etária de 4 a 60 anos, por isso, crianças pequenas e recém-nascidos, assim como idosos, não podem receber a proteção. Além disso, segundo a bula do medicamento na Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que também deu o sinal verde para o imunizante, a dose é contraindicada nos cenários abaixo:

Hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer um dos excipientes mencionados na lista abaixo:

Indivíduos com deficiência congênita ou adquirida, incluindo (submetidos a) terapêuticas imunossupressoras tais como quimioterapia ou doses elevadas de corticosteroides sistêmicos nas 4 semanas que antecedem a vacinação, tal como acontece com outras vacinas vivas atenuadas;
Indivíduos com infecção pelo HIV sintomática ou com infecção assintomática, mas acompanhada por provas da função imunitária comprometida;
Mulheres grávidas;
Mulheres durante a amamentação.
A lista com as substâncias que aqueles com hipersensibilidade devem evitar envolve:

α,α-Trealose di-hidratada
Poloxamero 407
Albumina sérica humana
Di-hidrogenofosfato de potássio
Hidrogenofosfato dissódico
Cloreto de potássio
Cloreto de sódio
Muitas das contraindicações, como a para mulheres gestantes, são comuns às vacinas atenuadas, ou seja, que são feitas com vírus enfraquecidos, capazes de induzir uma resposta imunológica, mas não de provocar uma infecção. Por isso, é importante checar com o médico, ou com o profissional da clínica de vacinação, se você faz parte de algum grupo que não deve receber o imunizante. Caso não faça, a indicação é buscar a vacina, se possível, para se proteger contra a doença. Os valores da dose serão entre R$ 400 e R$ 500. Como o esquema envolve duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas, o preço final ficará entre R$ 800 e R$ 1 mil. Nos estudos clínicos, o esquema demonstrou uma eficácia geral de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves.

Nesse primeiro momento, estará disponível somente na rede privada, já que depende da incorporação pelo Ministério da Saúde ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) para chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta já disse avaliar a incorporação e, recentemente, o coordenador substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Daniel Ramos, afirmou que a vacina pode ser distribuída aos postos de saúde em até um ano e meio. A fala ocorreu durante um debate realizado na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados no início do mês.



“Algumas etapas adicionais precisam acontecer para podermos incorporar essa vacina. Nós aguardamos um posicionamento oficial da OMS a respeito, que deve sair em setembro. A previsão de incorporação dessa vacina no SUS, se tudo correr bem, é de aproximadamente um ano e meio”, disse Ramos na ocasião, citando que o período envolve questões logísticas como um acordo para a produção do imunizante em Bio-Manguinhos, Fiocruz, e a análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Segundo o último informe do Ministério da Saúde sobre arboviroses, do dia 8 de junho, foram registrados 1.379.983 casos de dengue até agora em 2023 no Brasil, número 22% maior que o total no mesmo período do ano passado. Além disso, houve 635 mortes confirmadas, e 420 estão em investigação.

Redação com Agência Brasil e o Globo- Foto-Divulgação (O GLOBO)

E-mail redacao@blogdellas.com.br

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