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Três mulheres pernambucanas foram pioneiras na luta pelo voto

Três mulheres pernambucanas simbolizam o pioneirismona luta pelo voto feminino no Estado. Celina Nigro, Martha Holanda e Edwiges de Sá Pereira, uma cantora e duas escritoras unidas em um único propósito: o direito ao voto. Em um país patriarcal e de cultura predominantemente machista, pouco se registro sobre mulheres que foram fundamentais no processo da participação feminina nas eleições e fizeram história na política pernambucana.

A cantora soprano Celina Nigro foi a primeira eleitora de Pernambuco, recebendo o direito de votar e ser votada em 28 de dezembro de 1932, fato registrado pelo jornal Diario de Pernambuco. Graças a sua projeção na carreira de cantora, até mesmo em âmbito nacional, Nigro, que integrava a Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino (FPPF), contribuía para o avanço e disseminação dos ideais e objetivos da luta feminista nos veículos de comunicação.

Nascida em Vitória de Santo Antão, em 1903, a escritora Martha de Hollanda é a outra pernambucana, militante feminista, considerada pioneira na luta pelo sufrágio feminino no Estado. Martha solicitou o direito ao voto na comarca de Vitória de Santo Antão no ano de 1928, defendendo que a constituição vigente de 1891, a primeira do período republicano, não negava explicitamente à mulher seu direito de exercer a cidadania na política.

Porém, apesar de o juiz da comarca de Vitória ter dado causa ganha ao requerimento de Martha de Hollanda, a decisão foi posteriormente modificada por meio de recurso. Mas ela não desistiu. Pelo contrário, a luta pelo direito ao voto tornou-se cada vez mais radical.

Em 1931, a escritora fundou a Cruzada Feminista Brasileira, organização que se tornou fundamental na luta pelo acesso da mulher à política. Dedicando-se ao jornalismo e à poesia, Martha adotava uma posição radical com relação aos preceitos do feminismo, afrontando ostensivamente a sociedade do seu tempo, desbravando aqueles espaços majoritariamente masculinos, questionando tabus em torno de seu sexo, corpo e inteligência, por meio de sua escrita e voz, através dos veículos de imprensa, publicação de artigos, e, atuando, inclusive, na seara da justiça, abrindo precedentes para que as mulheres pudessem lutar pelos seus direitos como cidadãs.

Somente em 15 de março de 1933, Martha de Hollanda conseguiu o direito ao voto, um marco decisivo para a história do empoderamento feminino, especialmente para as mulheres pernambucanas.

Edwiges de Sá Pereira nasceu em Barreiros, na Zona da Mata Sul, em 25 de outubro de 1885. Filha do advogado José Bonifácio de Sá Pereira e de Maria Amélia Rocha de Sá Pereira, teve acesso a estudo diferentemente da maioria das mulheres da época. Foi professora, poetisa, escritora e também jornalista. Edwiges produziu, em parceria com Amélia Beviláqua, Úrsula Garcia e outras mulheres, a revista feminina “O lírio”. Além de sua atuação jornalística, ela também se destacou na literatura, tendo alguns livros publicados com destaque para “A influência da mulher na ação pacifista do após guerra” e “Pela Mulher, para a mulher”, obras que abordam a questão feminina no âmbito sociopolítico.

Ela foi uma das líderes da Federação Pernambucana pelo Progresso Feminino, de origem católica, que defendia o direito das mulheres ao voto, e foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira da Academia Pernambucana de Letras. Edwiges, junto com Martha de Hollanda, conseguiram o direito de votar e também de serem votadas em 1933. Ambas foram candidatas no pleito de maio daquele ano, mas não se elegeram.

Redação com veículos (TSE) – Foto: Reprodução

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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