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The Crown: Os turbulentos anos 90 do Reinado de Elizabeth II



Para quem não deixar pra depois, um lembrete: começa hoje, quarta, 9, a esperada quinta temporada de “The Crown”. A série continua agradando seus fiéis seguidores. E a nova fase tem parte do seu roteiro focado no conturbado casamento de Charles e Diana, e na sucessão de Elizabeth 2ª, morta em setembro aos 96 anos, seu tema central.

A soberana das telas, agora na pele da soberba Imelda Staunton (de “O Segredo de Vera Drake” e “Harry Potter”) promete dar seguimento a produção com igual competência.Se com Claire Foy, a monarca nas duas temporadas iniciais, vimos uma rainha hesitante, e com Olivia Colman, a quem coube o papel nas duas seguintes, uma chefe de Estado resoluta, a Elizabeth da vez está solitária e em crise. É uma Elizabeth cuja função e a própria forma como a desempenha passam a ser questionados não apenas pelos súditos, mas por integrantes da própria família. Como se fosse pouco, entra no escrutínio o papel de mãe que, podendo dar tudo aos filhos, os privou de experiências tão comuns quanto necessárias: namorar, trabalhar, decidir.

Assim “The Crown” dá um passo decidido em direção à ficção e apresenta um Charles questionador e viril, quase apartado da figura pública do agora rei. Parte disso resulta de um lapso de escalação de elenco, algo incomum na série. Dominic West é um ator competente para um tipo específico de papel —e quem o viu em “A Escuta” e “The Affair” tem isso claro. É o do sujeito confiante, a quem todos querem ouvir.Esse, portanto, não é o Charles com o qual o público está acostumado, menos ainda aquele vivido até a temporada anterior por Josh O’Connor, cuja semelhança física com o príncipe de Gales é de enorme ajuda.

É curioso, também, o paralelo que a temporada faz entre ele e Dodi al-Fayed (Khalid Abdala), que viria a ser o namorado de Diana morto a seu lado no acidente. Enquanto a rainha reluta em confiar ao filho o trono, e o príncipe Philip (o estupendo Jonathan Pryce) não hesita em humilhá-lo, Dodi é lapidado pelo pai, o milionário selfmade Mohamed al-Fayed (Salim Daw, impagável), para que conquiste o mundo. Ao oferecer um olhar mais amplo e generoso sobre o primogênito de Elizabeth, “The Crown” rompe a previsibilidade incontornável de uma série histórica, especialmente numa temporada em que os fatos acompanhados foram reiteradamente esmiuçados num passado recente.

O Charles da tela é uma figura que quer revigorar a monarquia; que se queixa por ser, supostamente, uma potência subutilizada, e que, repreendido pelos pais, reage. Na vida real, o novo rei chegou ao trono há dois meses, e, ao fazê-lo aos 73 anos, seu reinado é considerado por analistas como transitório, um esquenta-trono para o filho William, 40.

Em resumo queremos mais capítulos, mais temporadas. Como sabemos, o mundo adora ver, ouvir e contar sobre a Família Real Britânica.

Vamos, portanto, maratonar. The Crown. Netflix.



Redação com veículos – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogddellas.com.br

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