Taxa de alfabetização entre indígenas aumenta 8% em 12 anos; analfabetismo entre mulheres é maior
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou nesta sexta-feira, 4, os resultados do “Censo Demográfico 2022: Indígenas”, que abrange aspectos como alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios. Os dados mostram que, apesar do avanço, a taxa de alfabetização entre indígenas com 15 anos ou mais ainda é inferior à média da população geral.
Em 2010, a taxa de alfabetização entre indígenas era de 76,60%, aumentando para 84,95% em 2022, enquanto o analfabetismo caiu de 23,40% para 15,05%. Contudo, os indígenas que vivem em terras indígenas enfrentam desafios maiores: em 2022, a taxa de alfabetização nessa população foi de 79,20%, embora tenha crescido em relação aos 67,70% de 2010. O analfabetismo nesse grupo diminuiu de 32,30% para 20,80%, mas ainda está bem acima da média nacional. Para contextualizar, a taxa de alfabetização da população brasileira em geral foi de 93% em 2022, uma melhoria em relação aos 90,38% de 2010, com a taxa de analfabetismo caindo de 9,62% para 7%.
O IBGE também levantou dados específicos sobre a alfabetização entre homens e mulheres. Em 2022, a taxa de alfabetização entre homens indígenas foi de 85,68%, enquanto entre as mulheres foi de 84,26%. A taxa de analfabetismo foi de 14,32% entre os homens e de 15,74% entre as mulheres.
Em 2010, as taxas eram consideravelmente mais baixas, com 77,99% de alfabetização entre homens e 75,19% entre mulheres, resultando em 22,01% e 24,81% de analfabetismo, respectivamente.
Ao considerar a população que vive em terras indígenas, essa diferença aumenta: a taxa de alfabetização foi de 81,88% entre homens e 76,37% entre mulheres em 2022, com taxas de analfabetismo de 18,12% e 23,63%, respectivamente. Em 2010, esses números eram ainda mais preocupantes, com apenas 70,26% de alfabetização entre homens e 64,90% entre mulheres, e taxas de analfabetismo de 29,74% e 35,10%.
Registros de nascimento
Em 2022, a maioria da população até 5 anos de idade teve seus nascimentos registrados em cartórios, com uma taxa geral de 99,26%. No entanto, entre a população indígena, essa taxa foi significativamente menor, atingindo 89,12%, enquanto a população indígena em terras indígenas apresentou um registro ainda mais baixo, com 85,53%.
O registro por meio do Registro de Nascimento de Acompanhamento (RANI) foi de apenas 0,7% para a população total, mas 4,97% para indígenas e 5,51% entre aqueles que vivem em terras indígenas. O percentual de crianças até 5 anos sem registro de nascimento foi de 0,51% na população geral, subindo para 5,42% entre indígenas e 8,34% em terras indígenas. A categoria “não sabe/ignorado” também foi maior entre os indígenas, com 0,49% no total e 0,63% em terras indígenas.
Características dos domicílios
De acordo com o Censo 2022, do total de 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes, 630.428 possuem pelo menos um morador indígena, representando 0,87% do total.
“São indígenas 73,44% dos moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa indígena, denotando que a população indígena reside em domicílios com baixa heterogeneidade étnica entre os moradores”, acrescenta o estudo.
Em relação ao tipo de residência, mais de 99% dos domicílios com moradores indígenas são particulares permanentes. A maioria dos indígenas reside em casas, totalizando 91,93%, enquanto entre aqueles que vivem em terras indígenas a taxa é de 91,40%.
A porcentagem de indígenas que moram em casas de vila ou em condomínios é de apenas 1,11%, e 0,15% entre aqueles que habitam em terras indígenas. Apenas 3,51% dos indígenas vivem em apartamentos, e 0,02% entre os que habitam terras indígenas.
Outro dado do levantamento é que 0,26% dos indígenas habitam em casas de cômodos ou cortiços, com a taxa de 0,21% entre os que vivem em terras indígenas. A proporção de indígenas vivendo em habitações sem paredes ou malocas é de 3,10%, com esse número subindo para 8,15% entre os que residem em terras indígenas.
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Redação com Terra Nos Foto: reprodução
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