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Tabagismo: medidas levaram a 300 milhões de fumantes a menos nos últimos 15 anos, diz OMS

Um novo relatório divulgado pela OMS sobre combate ao tabagismo mostra que 5,6 bilhões de pessoas no mundo, 71% da população global, estão cobertas por ao menos uma das seis políticas de saúde consideradas pelo órgão capazes de reduzir o impacto do cigarro ( MPOWER). O total é cinco vezes maior que o observado em 2007.

O documento mostra ainda que, desde que a OMS passou a introduzir o MPOWER a nível global, em 2008, a prevalência de fumantes caiu de 22,8% da população mundial para 17%. Se esse declínio não tivesse acontecido, a organização estima que haveria hoje 300 milhões de fumantes a mais do que o registrado nos países. O relatório, apoiado pela organização Bloomberg Philanthropies, destaca ainda as melhores nações na implementação das medidas MPOWER. Até então, apenas Brasil e Turquia haviam alcançado o estágio mais alto, colocando em prática todas as seis ações. Agora, Ilhas Maurício e Holanda também fazem parte do grupo que melhor enfrentam o tabagismo.

Oito países estão a apenas uma política de distância de se juntar aos quatro líderes no controle do tabaco: Etiópia, Irã, Irlanda, Jordânia, Madagascar, México, Nova Zelândia e Espanha. A nova edição do relatório também destaca que quase 40% das nações pelo mundo baniram o cigarro de espaços públicos fechados, o que, segundo a organização, garante o ar puro para as pessoas respirarem, motiva os fumantes a largarem a prática e evita que novos indivíduos criem o hábito nocivo.

No geral, as seis medidas do MPOWER são:

Monitorar o uso do tabaco e as políticas de prevenção
Proteger as pessoas da fumaça do tabaco
Oferecer ajuda para parar de fumar
Alertar sobre os perigos do tabaco
Aplicar proibições de publicidade, promoção e patrocínio de tabaco
Aumentar impostos sobre o tabaco

Maior causa de mortes evitáveis

Apesar dos avanços, o relatório aponta que 44 países não implementaram nenhuma das medidas do MPOWER. Além disso, 53 sequer têm proibições completas sobre o fumo em unidades de saúde. E somente cerca de metade das nações do mundo baniram o ato em locais de trabalho e restaurantes. “A OMS exorta todos os países a implementarem todas as medidas MPOWER no nível das melhores práticas para combater a epidemia de tabaco, que mata 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo, e rebater as indústrias de tabaco e nicotina, que fazem lobby contra essas medidas de saúde pública”, defende Ruediger Krech, diretor de Promoção da Saúde da OMS.

Embaixador Global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis e fundador da Bloomberg Philanthropies, que apoia o relatório sobre tabaco, Michael Bloomberg lembra que o tabagismo é a principal causa de mortes que podem ser evitadas no mundo. O impacto não é apenas em quem pratica o hábito, mas também nos que estão ao redor. Aproximadamente 1,3 milhão de pessoas morrem ano a ano devido ao fumo passivo pelo risco elevado para doenças cardíacas, derrames, doenças respiratórias, diabetes tipo 2 e câncer, diz a OMS.

“Embora as taxas de tabagismo tenham diminuído, o tabaco ainda é a principal causa de morte evitável no mundo – em grande parte devido a campanhas de marketing implacáveis da indústria do tabaco. Como mostra este relatório, nosso trabalho está fazendo uma grande diferença, mas ainda há muito mais a ser feito. Ao ajudar mais países a implementar políticas inteligentes, apoiadas pela opinião pública e pela ciência, seremos capazes de melhorar a saúde pública e salvar milhões de vidas”, afirma. No Brasil, embora campanhas de marketing sejam proibidas para produtos fumígenos, outros métodos são utilizados pelas empresas para criarem uma percepção positiva sobre o cigarro. É o que mostra uma pesquisa recente do Instituto para o Controle Global do Tabaco (IGTC), com sede na Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, em parceria com a Fiocruz e a Universidade de Nevada, também nos EUA.

Em um experimento com quatro mil brasileiros, que foram expostos a vídeos envolvendo uma empresa fictícia de tabaco, os responsáveis observaram que mensagens de responsabilidade social corporativa da indústria fizeram com que a visão sobre seus produtos, os cigarros, melhorassem. Os vídeos mostravam ações da empresa de apoio às famílias agrícolas e à justiça social. Em um sumário executivo, os pesquisadores concluem que “ assim como a propaganda de produtos de tabaco — as mensagens de RSC (responsabilidade social corporativa) afetam as percepções dos espectadores sobre os cigarros e podem apoiar as estratégias de marketing”.

Redação com o Jornal o Globo- Fotos- Divulgação

E-mail:redacao@blogdellas.com.br

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