Simone, uma candidata
para chamar de sua
Em meio a um preocupante radicalismo, sustentado por dois homens – Lula e Bolsonaro – que dominam hoje todas as pesquisas eleitorais para presidente, a senadora Simone Tebet, 53 anos, foi oficializada, ontem, como candidata ao cargo, prometendo “pacificar o país e garantir a instabilidade política e institucional”. Filiada ao MDB, Simone tem também o apoio do PSDB e Cidadania. É a terceira mulher de expressão a disputar a eleição presidencial. Antes dela Marina Silva, que não logrou êxito, e Dilma Rousseff, que venceu a eleição mas sofreu impeachment no segundo mandato, enfrentaram a mesma batalha com uma diferença: Dilma tinha como padrinho um homem, o ex-presidente Lula, ao ponto de ter sido apelidada no interior nordestino de “mulher de Lula”.
– Represento o centro democrático, único capaz de unir o Brasil neste momento. Sem a pacificação nacional vai ser impossível gerar emprego e renda e erradicar a miséria. O Brasil voltou ao mapa da fome e não podemos ficar de braços cruzados – afirmou Simone em entrevista à Globonews esta semana, onde, segundo especialistas, mostrou “firmeza, competência e preparo”. Decidida, ela saltou várias barreiras para ser confirmada candidata inclusive dentro do seu próprio partido onde o senador Renan Calheiros e um grupo defensor de Lula foi até à justiça tentar impedí-la.
Natural de Mato Grosso do Sul, a senadora ingressou na política logo cedo, sempre com muito êxito. Foi prefeita, deputada estadual e federal antes de chegar ao senado onde, em pouco tempo, tornou-se a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da casa. Enfrentou vários homens e foi candidata a presidente do senado de forma independente depois que os senadores homens, do MDB, não concordaram com sua postulação. Sua candidatura beneficia em Pernambuco a pré-candidata a governadora Raquel Lyra, do PSDB. O MDB pernambucano declarou apoio a ela mas para governador votará em Danilo Cabral, da Frente Popular.
Protagonismo feminino
A formalização do nome de Simone foi comemorada pelos que defendem uma participação maior das mulheres na política. Mesmo com poucas chances, em um ano de protagonismo feminino que levou todos os candidatos a governador de Pernambuco a montar chapas com a presença de mulheres na majoritária, seria desolador nenhuma mulher sair candidata a presidente. Na TV, com um razoável tempo de exposição, ela tem chance de crescer e se firmar.
Igual a Dudu
Ontem, no meio político, o presidente nacional do União Brasil, o pernambucano Luciano Bivar, foi comparado ao deputado federal Dudu da Fonte, do PP, que em todas as campanhas fica na “corda bamba”, como afirmou um deputado socialista, e acaba dando dores de cabeça a muita gente. Só que Dudu termina ganhando alguma coisa e aumentando as bancadas do PP. Já Luciano firmou sua fama de perdedor. Em 2018, conseguiu ser deputado federal com o apoio direto de Bolsonaro, com o qual rompeu relações. E em 2014 perdeu para então desconhecido candidato sertanejo Caio Maniçoba. Só assumiu o mandato como suplente após acordo com o governador Paulo Câmara que nomeou Maniçoba secretário de agricultura.
Tempo de senador
Como fez com os candidatos a governador, este blog solicitou ao economista Maurício Romão o cálculo do tempo de TV dos candidatos a senador nesta eleição, que publicamos agora com exclusividade, mais uma vez. Teresa Leitão, da Frente Popular, terá 3 minutos; em segundo lugar vem o candidato da União Brasil, ainda não confirmado, com 1 minuto e 38 segundos. André de Paula vai ter o tempo de 48,8 segundos. Detalhes sobre o assunto no final desta coluna, onde reproduzimos o estudo de Romão.
PERNAMBUCO: ELEIÇÃO
PARA SENADOR EM 2022
TEMPO DE RÁDIO E TV
Maurício Costa Romão
Para os candidatos ao Senado, o tempo total de 7 minutos (420 segundos) será dividido da seguinte forma: 10% igualitariamente (42 segundos), e 90% proporcionalmente (378 segundos);
Considerando os 10 postulantes a governador (vide tabela), cada candidatura terá seu tempo proporcional ao tamanho das respectivas bancadas e cada uma receberá ainda 4,2 segundos de tempo igualitário para senador (42 segundos/10).
Têm-se os seguintes tempos para senador em cada bloco (são dois por dia):
1) As bancadas levadas em conta para cálculo do tempo são aquelas eleitas em 2018. As bancadas atuais não servem de base de cálculo;
2) No caso das coligações, conta-se o tempo dos seis maiores partidos ou das federações componentes, em termos de bancadas;
3) As bancadas eleitas em 2018, foram aquelas constantes da Portaria TSE nº 41 de 25/01/2022;
4) A fonte primária das informações deste texto e da Tabela é a Resolução TSE nº 23.610 de 18/12/2019;
5) A simulação do tempo de rádio e TV da Tabela foi levada a efeito com informações de antes das convenções partidárias.
Foto: Divulgação
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