Simone Tebet é a única que cresce nas pesquisas e diz “furei a bolha”

 

Empacados nas pesquisas, após atingir percentuais elevadíssimos, os principais candidatos a presidente, Lula e Bolsonaro, dificilmente estarão fora do segundo turno, daí a polarização que toma conta do país. Mas, como, apesar disso, a campanha está seguindo, sobretudo no Rádio e TV, o deslize de cada um deles ou as cobranças vexatórias, como as que ouviram no debate da Band, podem, de repente, levar um percentual significativo dos eleitores a mudar a intenção de voto. A candidata Simone Tebet (PMDB) está se beneficiando disso e foi na última semana quem mais cresceu nas pesquisas para presidente.

Como seu percentual era muito baixo, em função das muitas barreiras que precisou ultrapassar para garantir a candidatura, Simone, que tinha no máximo 2% de intenções de voto, chegou a 5% nos primeiros dias de setembro – um crescimento de 150%, como mostrou o Datafolha. Este blog, que divulga a média das pesquisas no país e em Pernambuco, com a colaboração do economista e estatístico Maurício Romão, verificou na primeira semana de setembro que a candidata teve 5%, em média, nas seis pesquisas divulgadas. E chegou a 6% em dois institutos: Gerp e FSB.

– “Furamos a bolha “, declarou Simone em entrevista ao G1, demonstrando, na sua concepção, que pode ir muito além. Furar a bolha é uma expressão que vem sendo usada no meio político onde a bolha é constituída pelos votos de Lula e Bolsonaro que juntos têm a preferência de cerca de 70% do eleitorado. Com o crescimento que vem experimentando Simone pode ultrapassar o terceiro colocado, o candidato Ciro Gomes (PDT). Simone espera atrair sobretudo o voto feminino que representa 53% dos eleitores brasileiros. Afinal, em ano de protagonismo feminino, ela é a única mulher que se destaca na campanha presidencial. Em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, ela já ultrapassou Ciro.

Multidão e contestação

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro atraiu milhares de pessoas nas principais cidades brasileiras para comemorar o 7 de setembro. Pelo menos em dois locais, Brasília e Rio de Janeiro – o Planalto falou em 1 milhão no DF – a quantidade de pessoas surpreendeu seus próprios adversários, mas, embora não tenha aproveitado o momento para atacar o STF, o que poderia lhe render encrencas com a justiça, Bolsonaro dificilmente deixará de responder por suspeitas de uso de dinheiro público em manifestações eleitorais. São vários os partidos que já anunciaram a decisão de adotar medidas imediatas nesse sentido.

Os candidatos no 7 de setembro

O candidato a governador Anderson Ferreira aproveitou as manifestações para estar ao lado dos bolsonaristas em Caruaru e no Recife. Na capital ele chegou a ser carregado nos braços por apoiadores em Boa Viagem, onde o evento aconteceu à tarde. O candidato do PL tem tudo para se beneficiar de eventos como esses pois busca os votos de simpatizantes do presidente para chegar ao segundo turno. Fez bom proveito. Dos demais candidatos só Raquel Lyra, que participou das manifestações oficiais em Caruaru, e Marília Arraes, presente ao Grito dos Excluídos, no Recife, foram aos eventos da Independência. Danilo e Miguel se manifestaram pelas redes sociais.

Lavareda prevê mudança de estratégias

Em entrevista ao comunicador Geraldo Freire, na Rádio Jornal, o cientista político Antônio Lavareda disse que, após a pesquisa do Ipec, em que Marília cresceu mais ainda e os demais candidatos mantiveram-se no mesmo patamar, mesmo após uma semana de propaganda eleitoral, deve haver, a partir de agora, mudanças estratégicas na campanha eletrônica. Diz que é natural que os primeiros dias sejam utilizados pelos candidatos para mostrar sua biografia e os planos de Governo. Mas daqui pra frente, segundo ele, o que vai valer é a luta por uma vaga no segundo turno.



Pergunta que não quer calar: Danilo vai continuar atacando Marília ou buscará atingir os demais candidatos para subir e ir ao segundo turno?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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