Sem João Campos, debate de candidatos na UFPE teve críticas e vaias ao prefeito

Animado por torcidas dos candidatos que aplaudiam seus preferidos e vaiavam o prefeito João Campos sempre que seu nome era mencionado – o prefeito não foi, alegando compromisso em Afogados da Ingazeira no sepultamento do deputado José Patriota – o debate entre os candidatos a prefeito do Recife, organizado pela UFPE,  esta quarta à tarde no campus,  foi civilizado inclusive nas críticas dirigidas aos candidatos Gilson Machado e Daniel Coelho pelos representantes da extrema esquerda – PCO, PSTU e UP. O objetivo foi cobrar de Gilson pelo governo Bolsonaro e de Daniel pela administração da governadora Raquel Lyra.

Como não havia clima de beligerância, como nos debates de São Paulo, houve espaço para propostas dos candidatos, apesar do exíguo tempo dispensado a cada um em função da presença de sete postulantes ao cargo de prefeito. Sempre que falavam de propostas, Daniel, Dani Portela, Celso Telles e Gilson Machado aproveitavam para criticar o prefeito e o que chamavam de “16 anos de poder do PSB no Recife”. Os candidatos de esquerda também criticaram as gestões socialistas mas juntando a elas as do PT, assim como fez também Celso Telles, do Novo. Daniel só citou o PSB, misturando Geraldo Júlio e João Campos, e Gilson Machado criticou todos os partidos.

Creches

Gilson fez um desabafo sobre o que chamou de “irregularidades” da administração de João Campos na questão das creches, denunciando ser vítima de censura prévia pela Justiça Eleitoral que o impediu de tocar no assunto no Rádio e TV e o tirou do ar por uma semana. Daniel citou, com todas as letras, que as creches foram entregues a terceiros, sem fiscalização e que 9 delas estão administradas por um candidato a vereador da base do prefeito. A candidata Dani Portela analisou o problema chamando a atenção para a terceirização, dizendo ser contrária à prática.

A candidata disse também que o prefeito “ só acordou para os morros do Recife depois que morreram 50 pessoas em um único dia de chuva “ e falou do seu programa habitacional aproveitando prédios fechados no centro da cidade.  Daniel prometeu construir mais de 3 mil novas moradias e, na defesa de Raquel sobre o assunto, citou os prédios da vice-governadoria e outro doado  pelo INSS que a governadora destinou a construção de habitação. Gilson disse que vai fazer parceria com a iniciativa privada para zerar as filas nos postos de saúde, que vai adotar a Telemedicina e o prontuário eletrônico.

Cada um a seu modo, os candidatos afirmaram que o Recife é a quinta pior capital em serviços de saúde, a segunda mais desigual do Brasil, a 3.a com maior número de desempregados e  uma das 10 mais violentas do país. O que diria João Campos se estivesse presente?

Redação Blogdellas Foto: arquivo/divulgação

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