Sem apoio de Lula, que disse não vetar e nem aprovar indicação, Ilan Godfajn é eleito presidente do BID



O ex-presidente do Banco Central no governo Michel Temer, o economista Ilan Godfajn, 56 anos, primeiro brasileiro a assumir o posto, foi eleito neste domingo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma das principais fontes de financiamento para a América Latina e Caribe. Indicado pelo ministro da economia Paulo Guedes, ele teve apoio de países importantes na instituição como Estados Unidos, Canadá e Argentina e derrotou candidatos do Chile, México e Trindade Tobago.

A escolha de Goldfajn aconteceu durante reunião especial da Assembléia de Governadores do Banco, em Washington, onde fica sede da instituição. Ele tem mandato de cinco anos. Após a eleição do futuro presidente Lula se temeu que ele pudesse interferir no processo uma vez que o indicado era o preferido do ministro Paulo Guedes. O ex-ministro Guido Mantega chegou a pedir o adiamento da eleição gerando constrangimento. O ex-ministro de Relações Exteriores de Lula, Celso Amorim, porém liquidou o assunto “Lula não veta e nem apoia nenhum nome. Não é papel dele nesse momento tomar posição, porque ainda não assumiu” – afirmou.

Goldfajn não teve dificuldade de ser aceito pela maioria dos países membros do BID. É conhecido internacionalmente pelo trabalho como presidente do Banco Central na gestão de Michel Temer, de 2016 a fevereiro de 2019, após o impedimento da ex-presidente Dilma. Recuperou a credibilidade do BC, fez a taxa Selic cair de 14,25 para 6,5% durante sua gestão e conseguiu trazer o índice de inflação para a meta após o pico de 2014 a 2016. Em 2019, após a posse do atual presidente Bolsonaro, foi convidado por Guedes para permanecer na função de presidente do BC mas preferiu sair. Atualmente é um dos diretores do FMI.

Não vetar foi fundamental

Embora o apoio de Lula à indicação brasileira fosse importante para garantir a eleição de Goldfajn, na verdade, o fato de ele também não ter vetado, como interlocutores seus fizeram chegar aos Estados Unidos, segundo informou a CNN, evitou turbulências no processo. Também se atribui a isso a decisão da Argentina de retirar seu candidato a poucas horas da eleição. Quanto a Mantega, que foi contra, acabou desautorizado e deixou a equipe de transição. Certamente Lula não desejava mais uma dor de cabeça para uma semana que não lhe foi propícia.

União em jogo

O discurso pela união de Pernambuco da governadora eleita Raquel Lyra está pegando. Na última quinta-feira, em jantar do ano do Experience Club Nordeste do qual participaram 200 empresários no Instituto Ricardo Brennand, o anfitrião do evento André Farias levou para o palco ao mesmo tempo Raquel, a vice Priscila e o prefeito João Campos e exortou Raquel e João a lutarem pela união do Recife e Pernambuco. João prometeu parcerias institucionais e desejou bom governo a Raquel. A governadora, mais comedida, disse que seu propósito é “ trabalhar para que os pernambucanos não se sintam em pior situação do que cearenses, paraibanos e alagoanos”. Na campanha ela culpou o PSB por isso.

Mulheres são 36% na equipe de Lula

O grupo de transição do governo Lula, com mais de 200 participantes, embora só 50 tenham direito a remuneração, é composto por 64% de homens e 36% de mulheres. Hoje o politicamente correto e colocar as mulheres em paridade com os homens. Já os brancos são 75% dos participantes e só 18% são negros ou pardos. Foi por isso que o movimento negro já se pronunciou de forma dura dizendo que a equipe de transição quer colocar os negros em um gueto, só na área da igualdade racial.

Pergunta que não quer calar: qual vai ser o primeiro secretário/a a ser anunciado por Raquel Lyra?

 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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