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Saída de Armando do PSDB e formalização da aliança Miguel/João Campos fragiliza a Raquel de 2022

Embora só tenha formalizado esta quarta-feira sua saída do PSDB, o ex-senador Armando Monteiro já tinha revelado a vários interlocutores da sua decisão de deixar o partido. Não à-toa adotou uma estratégia de afastamento da governadora Raquel Lyra desde sua posse em 1.o de janeiro. O motivo teria sido o que chamou de falta de diálogo e consideração por parte da chefe do executivo para com seus próprios aliados. Único político de expressão no estado a apoiar Raquel desde o início e a insistir para que ela fosse até o fim – no que estava certo – ele defendia que, na composição do governo, fosse feito um aceno às forças políticas que chegaram antes ou depois no palanque tucano, como era o caso do ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho. Não foi ouvido.

Miguel, por sinal, deve, já na próxima semana, embarcar na canoa do prefeito do Recife, João Campos, adversário de Raquel. De volta do Exterior ele vai à Prefeitura selar o apoio à reeleição do prefeito no momento em que seu irmão, o deputado estadual Antonio Coelho, como anunciou em primeira mão este blog, assumirá a secretaria de Turismo, antes ocupada por Cacau de Paula, hoje secretária de cultura do estado. A formalização do afastamento de Armando e Miguel da governadora, embora cantado em verso e proza há um tempo, chega em um momento difícil quando ela ainda se recupera da perda de cinco secretários.

Ouvida esta semana sobre a saída de parte de sua equipe, Raquel usou o discurso mais adequado para a situação que vem enfrentando. Disse que as pessoas podem sair mas o Governo continua em frente e reiterou que “vai dar tudo certo”. Mostrou convicção e tem conseguido passar este otimismo para os auxiliares mais próximos que o têm repetido como um mantra. Será? Bem, ela tem tempo para provar isso e seus assessores têm repetido que ela tem um estilo próprio. Agiu assim como prefeita e conseguiu não só se reeleger como chegar ao Governo do Estado quando quase ninguém acreditava nisso. Agora é esperar para ver mas tempo ela tem de sobra.

O palanque inicial da governadora em 2022 contou, além de Armando, com a presença de dois nomes de expressão no Recife, a vice Priscila Krause e o ex-deputado federal Daniel Coelho. Restam na balança Priscila e Daniel dando respaldo ao Governo na Região Metropolitana. No interior, o grande teste do Governo será a eleição de 2024. Até lá, a governadora tem recursos em caixa suficientes para iniciar um grande processo de recuperação das estradas – a maior demanda reprimida deixada pelo governador Paulo Câmara e o maior sonho de prefeitos e dos deputados apoiados por eles.

Não se pode dizer que Raquel ficou de braços cruzados, perdendo apoio. Recentemente trouxe para o seu lado o PSD, de Gilberto Kassab e André de Paula, que lhe garante tempo de TV para a eleição do Recife e uma provável opção partidária caso venha a deixar o PSDB. Também acenou para a classe política e , quem sabe, futuros aliados, que pode ceder espaço no primeiro escalão para quem está chegando “por inteiro”, como ressaltou na posse de Cacau de Paula. Cacau e Daniel Coelho, este por motivos óbvios pois a defendeu com unhas e dentes, são os únicos secretários de linhagem política. Os demais são todos técnicos.

Redação blogdellas – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br.

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