Raquel tem chance de levar até o PT para compor sua bancada na Assembleia

 

Com quase 59% dos votos pernambucanos no segundo turno, a nova governadora Raquel Lyra só elegeu diretamente três deputados estaduais – Débora Almeida, Álvaro Porto e Izaías Regis, do seu partido, o PSDB – mas o seu palanque no segundo turno cresceu tanto, com adesões de toda sorte, de partidos a deputados individualmente, que, além de já ter maioria na Assembleia, não será surpresa se ela conseguir, no curto ou médio prazo , – dependendo das composições – vir a se entender até mesmo com a federação formada pelo PT, PCdoB e PV que têm, juntos, 7 deputados.

No momento já estão fechados com a governadora além do seu partido o PSDB, com 3 deputados, o PP com 8 deputados, União Brasil com 4 deputados e Republicanos com 2. Individualmente ela tem o apoio declarado de quatro deputados do PSB – Rodrigo Novaes, Danilo Godoy, Jarbas Filho e Franz Hacker, podendo ampliar esse número nos próximos dias – Joel da Harpa (PL) e Fabrício Ferraz (Solidariedade). É possível que o PL se componha também com a base governista levando 4 deputados próprios e mais Joãozinho Tenório (Patriotas).

Mas, por enquanto, essas contas têm sido feitas muito mais na Assembleia do que no entorno da futura governadora. No momento, segundo um assessor próximo, ela está mais preocupada com os entendimentos sobre a transição e os meses de dezembro e janeiro, quando vai precisar da compreensão dos deputados atuais, para aprovar projetos de mudança na máquina administrativa. Como a posse dos novos deputados só ocorre no início de fevereiro a formação da bancada em si vai ficar pra depois.

Teresa e Humberto são pontes

Para os entendimentos administrativos com o governo Lula, Raquel conta com o apoio dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão e já conversou com os dois, ficando de voltar a procura-los mais pra frente. No momento em que o próprio PT permitiu que prefeitos e deputados votassem nela no segundo turno, formando o voto Luquel, no PSDB pernambucano se imagina que as parcerias com o governo federal vão ser ainda mais fáceis de serem firmadas.

Oposição na Alepe

Por ora, a oposição na Alepe deve ser feita pelo Solidariedade (2 dos 3 deputados), parte da bancada do PSB (dos 14 deputados só quatro fecharam com Raquel até o momento), pelo PSOL e pela Federação do PT, PCdoB e PV, se não for possível uma composição até fevereiro. Mas se a composição pela esquerda não se concretizar pode ser feita pela direita com o PL que leva 5 deputados (só dois a menos que a Federação petista).

Gilson ao lado de Bolsonaro

No momento em que o presidente Jair Bolsonaro fez seu pronunciamento ontem à tarde foi possível ver a seu lado o ex-ministro do turismo Gilson Machado, que foi candidato ao senado por Pernambuco. Gilson, aliás, está em Brasília desde a noite de domingo, acompanhando o presidente e sua família. Os “Bolsonaro” o consideram quase um membro da família, de tão próximo que ele ficou do presidente na campanha de 2018.


Aqui não

Ontem, tão logo foi divulgado que militantes do MST e MTST estavam se organizando em todo o país para combater os bolsonaristas nos pontos de bloqueio das rodovias, o líder do MST pernambucano Jaime Amorim se apressou a desmentir a informação. Disse que não ia contribuir para aumentar o caos no país.


Pergunta que não quer calar: quem vai liderar em Pernambuco os bolsonaristas que, baseado nos votos do presidente por aqui representam 33% da população estadual?

 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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