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Raquel não conseguiu reproduzir no estado estratégia de Caruaru e Álvaro Porto será novo presidende da Alepe


No seu segundo mandato como prefeita de Caruaru, a governadora Raquel Lyra resolveu a eleição da mesa diretora da Câmara dois dias antes da votação. Chamou à sua residência o vereador Bruno Lambreta para anunciar que ele seria o presidente e rifou o então presidente e candidato à reeleição Lula Torres, também seu aliado. Na atual disputa pela presidência da Assembléia a governadora, logo após a vitória no pleito, alimentou, nos bastidores, a pretensão do deputado Antonio Moraes de presidir a casa, pediu que ele esperasse pois iria se movimentar nesse sentido, recomendou discrição mas não conseguiu fazer no estado o que, com êxito, realizou em Caruaru e ontem à noite anunciou a Moraes que não tinha mais condições de reverter a tendência da casa de votar no deputado Álvaro Porto agora consolidado como futuro presidente.

Na verdade, Álvaro, embora pertença ao mesmo partido da governadora, o PSDB, se fez presidente sozinho. Não esperou, como Moraes, o tempo da governadora. Criou, junto com o colega Rodrigo Novaes, um grupo de 30 deputados, com o pretexto de discutir o futuro da casa e a independência do legislativo e o próprio Rodrigo o lançou como nome do grupo e candidato à presidência. Agora, com a consolidação, tem chance de montar a chapa que desejar. Só resta saber se, atendendo ao que recomendou Raquel, vai excluir o PSB desse entendimento. A governadora não quer acordo com os antigos aliados nem no executivo nem no legislativo.

A estratégia de Álvaro e Rodrigo foi perfeita. Sabendo da força do nome de Antonio Moraes, que vai para o sétimo mandato, e do fato do PP ser o único partido fiel a Raquel, os dois definiram excluir do grupo os progressistas que sequer foram chamados para participar das discussões. A alegação oficial foi de que o partido queria mandar na Alepe, pois o atual presidente Eriberto Medeiros, hoje no PSB, elegeu-se pelo manto progressista.

Com a consolidação de Álvaro quem também pode se beneficiar é o deputado Gustavo Gouveia, do Solidariedade, e ex-aliado de Marília Arraes, agora candidato a 1.o secretário. Ele disputa com Aglaison Victor, do PSB. Não se sabe como vai se comportar o PP, que alimentava o sonho de ver Moraes presidente da Alepe, com a decisão da governadora de lavar as mãos no processo. Hoje os progressistas são o único partido inteiramente fechado com a governadora. Com 8 deputados extremamente fiéis o PP é cobiçado pelo prefeito João Campos e pode ser fundamental na eleição do Recife daqui a dois anos.

Redação blogdellas – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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