PT não abriu mão da vice de João Campos, avisa presidente municipal, Cirilo Mota

 

Cirilo Mota presidente do PT no Recife

O PT reúne-se este final de semana para reconduzir a atual direção do partido no Recife até 2025 e para criar o GTE – Grupo de Trabalho Eleitoral – que vai definir as bases do debate sobre a política de alianças para a eleição de 2024. “Nesse encontro não vamos ainda resolver o que vamos fazer no próximo ano, até porque a decisão que for tomada ainda terá que passar pela direção nacional, mas uma coisa é certa: embora ainda estejamos construindo o debate, o PT deve se colocar na disputa com a força política que tem. Por 12 anos governamos o Recife com João Paulo ( dois mandatos) e João da Costa ( um mandato) e por 11 anos trabalhamos indiretamente em aliança com o PSB a partir do segundo turno, como aconteceu no primeiro mandato de Geraldo Júlio e de João Campos. Esse tem sido o nosso caminho”. – diz Cirilo Mota, presidente do PT do Recife.

Isso significa que o PT pode ter candidato próprio, como fez em todas as eleições? Ele não adianta definição mas diz que acha difícil. Lembra que o PSB e o PT se aliaram para eleger Lula em 2022 e o caminho natural é reproduzir a aliança no Recife. E conclui: “se o PT abriu mão de ter candidato a prefeito de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos, por conta da necessidade de formar alianças nacionais, porque aqui faria diferente?”. Deixa claro, porém, que, como adiantou a deputada federal e presidente nacional da legenda, Gleice Hoffmann, caso se opte por apoiar a reeleição do atual prefeito, o PT vai reivindicar a indicação do candidato a vice.

A posição firme de Cirilo, que é hegemônica no PT do Recife, põe em cheque, nesse primeiro momento, o que o deputado estadual João Paulo tentou articular no sentido de deixar em aberto a possibilidade do partido ter candidato próprio no Recife. Também pode estar com os dias contados o desejo do senador Humberto Costa de, desde já, conseguir do PSB o compromisso de apoiá-lo para governador em 2026. Hoje Humberto tem o controle da direção estadual do partido mas não tem da direção municipal que participa da gestão de João Campos com duas secretarias. Cirilo, por exemplo, tentou levar o PT para apoiar João Campos já em 2020 e até conseguiu uma decisão municipal nesse sentido mas a direção nacional, que é soberana, preferiu apoiar a candidatura de Marília Arraes, atendendo ao presidente Lula.

Perdeu o bonde

Um partido que por 12 anos governou o Recife e tem Lula como seu principal líder, o PT de Pernambuco, pelo visto, perdeu o bonde da história. Vive, em termos de representação política, seu melhor momento ocupando duas das três vagas do Senado e não consegue sequer lançar candidato a prefeito da capital. E só que algo não previsto aconteça vai poder em 2026 ter candidato a governador – no caso o senador Humberto Costa – em condições de vencer o pleito. Nos corredores petistas já se fala na possibilidade de Humberto ser mesmo candidato a senador em 2026, mas, ainda assim, tendo que lutar por uma das vagas na chapa de João Campos. Hoje se trabalha com os nomes de Sílvio Filho e Miguel Coelho como companheiros de chapa Campos.

Lucinha incerta?

Pode não dar em nada mas deve causar preocupação à ex-secretária de Justiça Lucinha Mota a decisão do PSOL de reivindicar na Justiça Eleitoral a vaga de vereadora de Petrolina que ela vai assumir. A direção do partido informou que já contratou advogado para lutar pela vaga que entende ser da legenda. Na verdade, Lucinha era a primeira suplente do PSOL e passou a ter direito à vaga com a cassação pelo TRE da chapa do Avante na Câmara de Petrolina. Acontece que ela não só pediu desfiliação do PSOL em 2022 como se filiou ao PSDB e disputou o mandato de deputada estadual por essa legenda, sendo atualmente primeira suplente de deputada estadual. Lucinha pediu demissão da secretaria para assumir a vaga na Câmara petrolinense.

Reforma na pasta

A saída de Lucinha do Governo deve levar a governadora a, enfim, fazer o que estava pretendendo: dividir a pasta da Justiça em duas para criar a Secretaria do Sistema Penitenciário. Ela até já falou publicamente disso quando apresentou a proposta de debate do Juntos pela Segurança. Pode estar aguardando o lançamento desse programa no final deste mês para criar a nova pasta que deve ser entregue a uma pessoa com experiência na área. Hoje um dos maiores problemas do estado está concentrado nos presídios superlotados.

Pergunta que não quer calar: que fim vai ter a reivindicação do PT de ocupar a vice de João Campo?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br – terezinhanunescosta@gmail.com

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