PSB usa própria fragilidade para chamar adversários de “ressentidos”

 

Uma coisa é comum na eleição deste ano,caracterizada por múltiplas candidaturas: além de Danilo Cabral, candidato oficial da Frente Popular, os outros quatro principais candidatos já foram do PSB ou se aliaram ao partido em eleições passadas. Isso demonstra que o grupo monolítico, que girava em torno do ex-governador Eduardo Campos, se desfez e ficou mais frágil, perdendo adeptos à direita e à esquerda. Os socialistas, no entanto, não estão se dando por vencidos após o desgaste de 16 anos no poder.Resolveram batizar toda a oposição – de Marília Arraes e Anderson Ferreira – de “ajuntamento de ressentidos”, como acusou esta semana o próprio Danilo.

Não deixa de ser uma jogada de marketing para facilitar a vida de quem precisa combater quatro adversários com uma arma só, sem perder tempo com respostas específicas para cada um dos atiradores. O difícil é saber se o substantivo “ressentimento” vai ser suficiente para substituir os adjetivos duros usados em campanhas anteriores -inclusive, ocasionalmente, contra o PT – que deram ao partido vitórias seguidas. Mas, certamente, é bem menos eficiente que dizer que o adversário é contra o bolsa família como foram acusados anteriormente até políticos de esquerda, como Jarbas Vasconcelos Ser contra Lula, na terra de Lula, também foi um discurso que colou para os socialistas em pleitos passados, quando reinava o tempo do “nós contra eles”. Este ano, porém, não vai dar resultado pois Marília é lulista e adversária a nível estadual. E não é prudente colocar de Marília a Anderson Ferreira no mesmo “bisaco”, como diz o matuto. No dicionário, ressentimento é sinônimo indignação, mágoa e, às vezes, rancor. Será que não é este também o sentimento do PSB em relação aos que se desgarraram da Frente Popular e estão na oposição? Se for, o rebatimento pode se dar no mesmo nível, anulando o efeito do petardo. Afinal, como diz a sabedoria popular, “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

A disputa por Lula

A campanha corre solta nas redes sociais. Neste momento o maior embate se dá entre Marília Arraes(Solidariedade) e Danilo Cabral (PSB) cada um se dizendo mais apoiado pelo ex-presidente Lula. Marília incluiu Lula entre ela, André de Paula e Sebastião Oliveira no convite para sua convenção dia 31 no Classic Hall. Milhões de adesivos chamados preguinhas com a frase “o povo de Lula tá com Marília”estão prontos para colar nas camisetas dos presentes. Nas redes sociais de Danilo banners em profusão anunciam “Lula é Danilo” e “Lula falou, tá falado”.

Marília e Sileno

Na tentativa de se eleger, dificilmente, um candidato rejeita voto. Mesmo que seja de quem frequenta palanque adversário. O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, candidato a deputado estadual, é apoiado por dois eleitores fortes de Marília Arraes na Zona-da-Mata Norte: Juliana Chaves, que foi candidata a prefeita de Feira Nova, e Flávio Regis, ex-prefeito de São Vicente Ferrer. Os dois já foram do PSB e se continuassem no partido estariam expulsos pelo próprio Sileno, como aconteceu com todos os socialistas que resolveram votar em Marília.

Lia de Itamaracá vetada em Noronha?

Corre a notícia de que a cirandeira Lia de Itamaracá teve um show cancelado em Fernando de Noronha, marcado para o dia 10 de agosto, aniversário da ilha, depois que declarou voto a Marília Arraes. A notícia dada pelo Blog de Jamildo, ainda não foi esclarecida pela Fundarpe. Esperamos que seja um mal entendido. Dominguinhos em 1998, quando Arraes era governador, foi vetado no Festival de Inverno de Garanhuns porque apoiava Jarbas Vasconcelos, então candidato contra o próprio Arraes. O governador ao saber mandou os áulicos do Palácio voltar atrás e não só mandou contratar Dominguinhos como assistiu a seu show.

Fotos: Divulgação

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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