Primavera: Mulher agredida por policiais teve dificuldade para denunciar o ocorrido

 

A semana começa com mais um vídeo com agressão ganhando as redes sociais e tendo como protagonista uma mulher, de 25 anos, Nadiane Kênia da Silva Ramos, sendo agredida no rosto, com socos e tapas, por dois policiais . O caso aconteceu na Zona da Mata pernambucana, nas proximidades do Clube de Primavera, naquele município, quando acontecia um show, na noite deste último domingo.

Além da agressão física, envolvendo policiais, chama atenção e funciona como alerta as dificuldades que a população pernambucana, s, principalmente na RMR e no interior do estado, sofre com as dificuldades de seus cidadãos denunciarem ocorridos semelhantes. Falta estrutura nos municípios, com delegacias fechadas e sem profissionais para lavrarem simples boletins de ocorrência, fazendo as vítimas perigrinarem entre as cidades próximas em busca de ajuda. Sobre o ocorrido, as imagens nas quais os policiais batem na mulher, a Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Militar de Pernambuco se pronunciam através de notas sobre o caso, dizendo tomar as providências cabíveis.

Todo o episódio foi registrado por câmera de celular. A mulher assume que tinha ingerido bebida alcoólica no clube e saiu andando pelas ruas em companhia do irmão, quando acreditou estar sendo seguida e se aproximou de uma viatura policial para pedir ajuda. Nadênia Kênia disse que se apresentou como ex-companheira do sargento reformado da Polícia Militar João José Soares, conhecido como João da Kombi, de 61 anos, que foi assassinado a tiros na cidade, em fevereiro de 2022. Na época , segundo Nadiane, ela também foi baleada .“Comecei a chorar e pensei que tinha bandido na rua querendo matar a mim e meu irmão. Quando cheguei perto dos policiais e me identifiquei como ex- esposa de ‘João da Kombi’, um deles disse: ‘Não, você era a rapariga!’. Depois o policial desceu do carro e começou a me agredir”, contou Nadiane.

No vídeo, é possível ver Nadiane , no banco dianteiro da viatura, conversando com os policiais. Logo depois, o carro em movimento para e o vídeo mostra um dos agentes dando socos e tapas na cabeça da vítima, que está acuada e tenta se proteger com as mãos. Entre tapas a mulher é empurrada na direção do outro policial, que atinge com um soco o rosto dela. Nadiane denuncia ainda que um dos agentes lançou spray de pimenta nos olhos dela. Em seguida, os policiais voltam à viatura e deixam o local.

Com hematomas no corpo, ela disse que foi socorrida por moradores que passavam pela área e voltou para casa, começando uma verdadeira peregrinação para prestar queixa do ocorrido. Nadiane tentou desde a manhã de domingo (16) registrar queixa da agressão . Destaca que primeiro tentou a delegacia de Primavera onde tudo aconteceu. Como a unidade estava sem delegado de plantão, foi orientada a seguir para Vitória de Santo Antão, a 62 quilômetros de Primavera; e, em seguida, para Gravatá, a 55,8 quilômetros da cidade.Ela afirma que tentou fazer o boletim de ocorrência como moradora do distrito de Frexeiras, no município de Escada, também na Mata Sul de Pernambuco.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) se pronunciaram, por meio de nota. A Corregedoria Geral da SDS informou que tomou conhecimento do vídeo através da imprensa e que irá instaurar procedimento preliminar para identificar os policiais militares em questão, além de apurar maiores informações sobre o fato. Já a PMPE afirmou que que a corporação não concorda com esse tipo de conduta e que vai investigar o comportamento dos policiais. “Ratificamos que este tipo de procedimento, agressivo, exagerado e desproporcional, não condiz com a doutrina de abordagem policial, tampouco faz parte das orientações repassadas pela corporação à sua tropa”, registrou a PMPE.

Redação com veículos e assessorias – Imagens- Divulgação nas redes sociais .Vídeo compartilhado com UOL

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