Notícias

Pressionado, Bolsonaro presta depoimento à PF sobre as valiosas joias sauditas

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento na tarde desta quarta-feira (5) na Polícia Federal, em Brasília, sobre os três kits de joias recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, enquanto ocupava o Palácio do Planalto. De acordo com a PF, Bolsonaro não é formalmente investigado no caso que visa apurar as circunstâncias dos episódios.


Durante o depoimento, agentes devem questionar o ex-chefe do Executivo a razão pela qual as joias foram entregues pelo governo árabe, e por que dois dos itens foram classificados pela equipe de Bolsonaro como personalíssimos. Outro ponto a ser elucidado é se partiu do ex-mandatário a ordem para que fosse tentada a liberação de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos.Segundo revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Jair Bolsonaro recebeu pelo menos três conjuntos de joias destinadas a ele e à primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2019 e 2021. Dois kits estavam integrados à bagagem da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao retornar de viagem à Arábia Saudita. Na ocasião, um dos pacotes foi interceptado por agentes alfandegários. Em vídeo divulgado pela TV Globo, é possível ver um militar pressionando um auditor da Receita em Guarulhos a liberar o presente retido, a poucos dias do fim do mandato de Jair Bolsonaro. A tentativa não foi bem-sucedida.

Outro estojo avaliado em R$ 500 mil – que inclui um relógio, abotoaduras e uma espécie de rosário árabe – foi recebido presencialmente por Jair Bolsonaro em visita ao mundo árabe em 2019, e estava guardado na fazenda do ex-piloto Nelson Piquet, em Brasília.Por determinação do TCU, advogados do ex-presidente entregaram em uma agência da Caixa Econômica Federal os dois kits que estavam em poder de Jair Bolsonaro, e que haviam sido classificados pela equipe do presidente como de uso personalíssimo. Quanto ao estojo com joias femininas estimadas em R$ 16,5 milhões, que segue no cofre da Receita, em Guarulhos, o tribunal informou que a Secretaria-Geral da Presidência da República deve requisitar que as joias sejam incluídas no patrimônio público.

De acordo com o ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), presentes personalíssimos só podem ser interpretados como tal, e consequentemente incorporados ao acervo pessoal de uma autoridade, quando são de baixo valor monetário, como camisas de times de futebol.A previsão é que nesta tarde também sejam ouvidos pela Polícia Federal o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid e Marcelo Câmara, que trabalha na segurança do ex-presidente.Jair Bolsonaro regressou ao Brasil na semana passada, após passar três meses nos Estados Unidos. Publicamente, ele nega qualquer desconformidade em relação ao cumprimento da lei em relação às joias. O ex-mandatário afirmou que o caso só veio à tona e foi revelado pela imprensa porque “não teve nada escondido”. Questionado em entrevista à emissora Jovem Pan News, disse que os presentes são fruto de uma relação de amizade com o governo árabe e por isso está à disposição para prestar esclarecimentos.

Redação com veículos- Foto: Divulgação

E-mail redacao@blogdellas.com.br

Compartilhar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *