Pontes Literárias: 21º Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz começa nesta sexta-feira
Até o domingo (8), 30 atrações, vão se apresentar ao público, na programação. Em 2024, são homenageados Heloísa Arcoverde e os centenários de César Leal, Maria do Carmo Barreto Campello e Osman Lins (in memoriam)
Abrindo a temporada de festivais culturais públicos da cidade com prosa, verso e música, muitas e grandes atrações de todos os tempos do verbo que a literatura encanta, a 21ª edição do Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz começa nesta sexta-feira (6).
A programação, que reunirá 30 atrações, é gratuita e oferecida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Este ano, o festival reencontrará seus públicos cheio de novidades para render homenagem, não a um, mas a quatro importantes nomes consolidados no imaginário cultural recifense: a Heloísa Arcoverde, que dedica razão e emoção, há décadas, ao planejamento e execução da programação literária da cidade; e, in memorian, aos centenários do professor, poeta e ensaísta César Leal, à poetisa Maria do Carmo Barreto Campello e a Osman Lins, romancista, contista, dramaturgo e ensaísta, considerado um dos mais importantes escritores brasileiros do século 20.
“ Nossa literatura é tão rica, que temos a felicidade de, num mesmo ano, homenagear três escritores pelos seus centenários, além da querida Heloísa Arcoverde. Essa é uma forma de apresentar para as gerações atuais o legado de Osman Lins, César Leal e de Maria do Carmo Barreto Campelo. Esperamos todos lá para debater com os autores, ver bons espetáculos e ter um fim de semana rico de boa literatura”, convida a secretária de Cultura do Recife, Milu Megale.
“ Nesta edição, a estrutura cresceu e mudou de lugar na Rio Branco, para acolher melhor todas as plateias: tanto quem chegar lá para ver a programação, quanto quem estiver apenas passando e se surpreenda com a força da nossa produção cultural. Tenho certeza de que o público vai aprovar as novidades”, salienta o presidente da Fundação de Cultura, Marcelo Canuto.
Com o tema “Pontes Literárias”, a programação, que convidará o Recife a atravessar, de A a Z, sua profunda e antiga vocação para a literatura, abrirá em cima do palco histórico do Cineteatro do Parque, na noite desta sexta-feira, com o espetáculo musical “Poesia Eletrônica”, de José Paes de Lira, o Lirinha. O show, definido como uma vibrante experiência sensorial, é um recital que promove o diálogo entre músicas, paisagens sonoras, samplers e iluminação cênica, com o objetivo de transportar o público para o universo da oralidade e da sabedoria popular, solo fértil onde brotou a música do artista. O evento começa às 19h30, com ingressos distribuídos na bilheteria do teatro a partir das 18h.
No sábado (7), a programação chega à Av. Rio Branco, seu cenário cativo, com cara e casa nova. O tradicional pavilhão do A Letra e A Voz cresceu e mudou de lugar, apresentando-se mais aberto e integrado à paisagem. Para abraçar Miró, a estrutura, que já começou a ser montada, ficará posicionada no começo da via, na esquina com a Av. Cais do Apolo, incorporando a estátua do poeta da Muribeca, que foi homenageado pelo Festival, em sua 16ª edição, no ano de 2018. Outras novidades da estrutura são salas de autógrafos, para os autores receberem os leitores após os lançamentos, e painéis instagramáveis, que provocarão o público a registrar trechos e autores de sua preferência.
“Essa edição é fruto de muito diálogo, buscas e questionamentos. O resultado é um evento fortalecido, diverso. Mais do que nunca, o Festival cria pontes e dialoga com a cidade e as pessoas, com o físico e o virtual, com a literatura daqui e do mundo, com o passado e o agora”, celebra Dado Sodi, curador do Festival.
A programação do sábado começará cedo, às 9h, com a tradicional Feira de Livros Miguel de Cervantes. À tarde, a partir das 14h30, haverá lançamentos de livro, mesas de debate, performances e batalha de rima, até 21h. A primeira mesa, às 15h, terá como tema as “Pontes Literárias”, convidando o público a uma travessia por diferentes perspectivas, temporais, geográficas e estilísticas, da produção literária mundial, com a participação de Bárbara Belloc (Argentina), Lourival Holanda e Wellington de Melo e mediação de Eduardo César Maia.
Mais tarde, às 17h, será apresentada a performance teatral “De Adeus e Borboletas ou A Música do Silêncio”, com os atores Adriano Cabral, Márcia Cruz, Miguel Cabral e Nina Souza. Em seguida, Letra e Voz se encontram em mesa solene, dedicada à obra e ao legado dos homenageados: “César, Maria e Osman: 300 Anos de Literatura”, com os estudiosos e escritores Anco Márcio, Delmo Montenegro e Renata Pimentel, mediados pela também homenageada Heloísa Arcoverde.
Às 19h, o festival abre alas para as “Batalhas Cervantinas”, que reunirão os quixotescos poetas da nova geração das ruas do Recife: Adelaide, Bruno Bicicastelo, Falik, Jessica Preta e Sofio que, em rimas ligeiras e afiadas, apresentam e representam a cidade de amanhã, nos termos e versos do agora. Às 20h, Bell Puã traz o espetáculo “Jogo de Cintura”, encerrando o sábado com música, poesia, feminismo, ancestralidade, hip hop e embolada.
A programação do domingo (8) começará cedo, convidando o futuro para celebrar as tradições culturais. A partir das 9h30, serão apresentados dois shows para a garotada: “No Passinho do Movimento”, do grupo Tintim por Tintim, e “Caixinha de Ritmos”, de Lulu Araújo, que faz um passeio bem didático pelos mais ancestrais ritmos pernambucanos. À tarde, todas as linguagens se encontrarão para falar sobre a poética recifense: haverá mais lançamentos de livros, além de duas mesas de debate, uma de glosa, um espetáculo teatral e outro musical.
A primeira mesa, às 15h, levantará pontes do Recife para o mundo, com a participação dos convidados Bárbara Belloc (Argentina) e Luís Serguilha (Portugal), além de Patrícia Vasconcellos e Rodrigo Vasconcellos na mediação. Às 17h, as pontes da letra e da voz conduzirão ao futuro da produção de conteúdo digital, com a presença especialíssima de Luna Vitrolira e Clarice Freire, que acabam de lançar, respectivamente: “Memória Tem Águas Espessas” e “Para Não Acabar Tão Cedo”, além da celebridade digital Pedro Vinicio, pernambucano de 18 anos, que reúne quase 800 mil seguidores no Instagram, cativados por seus traços e textos, de simplicidade e honestidade cômicas e certeiras. Eduardo César Maia faz a mediação.
Às 18h, o coletivo artístico Mulheres de Repente comanda uma mesa de glosa exclusivamente feminina, para dar voz às mulheres, que sempre tiveram uma eloquente produção, nesta cidade fecundada pela poesia. Às 19h e às 20h, a Cia. Fiandeiros e a cantora Kelly Rosa encerram a programação, confirmando e sacramentando que todas as artes atravessam o Recife, na mesma, exata e justa medida em que são por ele atravessadas.
Redação com assessoria Fotos: Marcos Pastich/divulgação
e-mail:redacao@bogdellas.com.br