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Polícia concluiu dois dos cinco inquéritos sobre crimes do Pe Airton e não descarta vítimas no Exterior

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira, a primeira desde que as investigações foram iniciadas, a Polícia Civil de Pernambuco informou que já concluiu dois dos cinco inquéritos abertos até agora para apuração de crimes de natureza sexual que teriam sido praticados pelo padre Airton Freire, de Arcoverde. Segundo relato das delegadas presentes na coletiva, há robustez nas provas colhidas e nos depoimentos dados e, além das cinco vítimas iniciais, há mais casos em Pernambuco e em outros estados que estão sendo apurados e não se descarta a possibilidade de existirem vítimas no Exterior.

Foi a partir da conclusão desses dois primeiros inquéritos que o Ministério Público e a Justiça decidiram pela prisão temporária do sacerdote “para garantia da ordem pública” como definiu a delegada Andreza Gregório, que iniciou as investigações e atua no município de Afogados da Ingazeira. A Polícia confirmou os nomes dos dois foragidos que trabalhavam para o padre Airton e que já tinham sido nominados neste blog: o motorista Jailson Leonardo da Silva, denunciado pela recifense Silvia Tavares, a primeira a falar publicamente do estupro de que foi vítima, e Landelino Rodrigo da Costa Filho que, há mais de oito anos, era encarregado de fazer as filmagens na Fundação Terra.

Participaram da coletiva o delegado Mauro Cabral, que responde pela chefia da Polícia Civil, a delegada Morgana Alves , diretora em exercício da Diresp, a delegada Fabiana Leandro, gestora do Departamento de Polícia da Mulher e a delegada Andreza Gregório que coordena a Força Tarefa criada para acompanhar o caso. Todos os entrevistados falaram com muito cuidado, alegando que, como o processo todo corre em segredo de justiça, nada pode ser revelado que possa prejudicar o andamento dos trabalhos ou as próprias vítimas. Solicitaram que a imprensa divulgasse o número do telefone do Departamento de Polícia da Mulher (81-994887082) para que outras vítimas ou testemunhas sejam identificadas e também para ajudar captura de Jailson e Landelino.

A delegada Andreza ressaltou o fato de que todas as vítimas, mesmo sem se conheceram, fizeram relatos parecidos: “todas as mulheres que nos procuraram – disse- relataram de forma segura. São mulheres e um homem que não se conhecem, não têm nenhum relacionamento entre eles. Detalham de forma emocionada, demonstram dor em relembrar todos esses fatos e não há nenhum indicativo de que podem estar inventando ou fantasiando algo contra um homem que por elas era tido como um santo”.

Apesar de não terem sido colhidos elementos de prova logo depois dos crimes pois as vítimas tinham medo de denunciar “isso é natural em casos desse tipo quando envolve pessoas muito conhecidas” falou Andreza mas ressaltou que “há provas testemunhais e técnicas” inquestionáveis. Segundo ela, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em unidades da Fundação Terra em Arcoverde, uma em fevereiro deste ano e outra recentemente. Indagada sobre o fato do sacerdote e dos dois acusados terem sabido que seriam presos antes da realização da prisão – o padre se entregou e os outros dois fugiram – ela disse apenas “a Polícia Civil guardou inteiro sigilo até que a ordem fosse executada”.

Embora não tenham querido fazer qualquer previsão sobre a pena que o sacerdote pode vir a cumprir por conta dos crimes até agora investigados, os entrevistados informaram, porém, que, dependendo do crime praticado, as penas previstas vão de 1 a 2 anos no caso de assédio até 6 a 10, no caso de estupro. É preciso, porém, observar que se existe mais de uma vítima a pena pode ser agravada.

Redação blogdellas – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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