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Pistola de deputado agita a Assembléia há dois dias

                                                        Alberto Feitosa e Jô Cavalcanti – Fotos Alepe Divulgação

 

 

Uma pistola do deputado estadual Alberto Feitosa, coronel aposentado da PM, agita as discussões em plenário da Assembleia Legislativa há dois dias. Tudo começou quando a deputada estadual do PSOL, Jô Cavalcanti, criticava, esta terça-feira, na sessão remota, a vinda do presidente Bolsonaro ao Recife “passeando de helicóptero” e, refutada pelo coronel, falou de deputados que têm “ arma guardada no gabinete na Alepe” e gravando vídeos de ameaças.

Feitosa, que se encontrava no gabinete onde aparecia a foto de Bolsonaro, retrucou “a minha arma não está guardada, deputada, ela está aqui na minha cintura para ser usada contra quem ameaçar a minha integridade física e de minha família”. Sentindo-se ameaçada pelo colega, Jô acionou o PSOL que, em nota, condenou a postura do deputado bolsonarista.

Ontem, o clima voltou a ficar pesado quando o deputado estadual João Paulo, do PT, se solidarizou com Jô e, em parte os deputados Teresa Leitão (PT), José Queiroz (PDT) e Tony Gel (PSB) fizeram o mesmo. Como tinha feito no dia anterior, Feitosa disse que tem porte de arma e direito a andar armado por ser militar mas que não entra com sua arma no plenário, onde é proibido. Falou que ela estava na cintura porque se encontrava no gabinete, participando das discussões remotas.

Esta é a segunda vez que a arma do deputado vira motivo de celeuma na Alepe. A primeira vez ele gravou um vídeo no gabinete mostrando a arma na cintura e desafiando o ex-presidente Lula por ter aconselhado as pessoas a, insatisfeitas com um deputado, entrar na casa dele, para incomodá-lo e à sua família. Na ocasião ele bradou “Lula, você deve estar ficando doido. Não mande só 50 pessoas, mande 50, 100 que é assim que nós vamos recebe-las para nos incomodar e às nossas famílias’. O PSOL foi ao Ministério Público denunciar o fato e pedir providências até agora não tomadas.

A Assembléia Legislativa realmente não proíbe o uso de armas no seu prédio desde que a pessoa tenha o devido porte. Com a entrada de militares como deputados o número de armas aumentou (além deles os seguranças, todos policiais militares, usam armas). Já houve, porém, há cerca de 20 anos,um episódio em que um deputado armado no plenário puxou a arma para um colega. Uma resolução então foi baixada proibindo armas mas só no plenário. Ela está em vigor até hoje.

O coronel Feitosa elegeu-se deputado – tem vários mandatos – depois de liderar uma greve de PMs na gestão do governador Jarbas Vasconcelos, que causou tumultos diversos na Região Metropolitana. Amotinados na frente do Palácio das Princesas, onde o governador despachava normalmente,os policiais protagonizaram um tiroteio e as balas atingiram as paredes do prédio, causando enorme alvoroço.

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