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Petistas pensam em dois palanques para Raquel e João em 2026, mas prefeito reage

A governadora Raquel Lyra e ministro Rui Costa: o maior entusiasta de Raquel no governo Lula – Janaína Pepeu/Secom

A tese do palanque duplo surgiu nesse cenário desde que Raquel passou a ser cada vez mais afagada pelo presidente. Relação entre os dois só melhora.

Terminada a eleição no Recife, da qual saiu consagrado nas urnas, o prefeito do Recife, João Campos, ouviu uma provocação, no bom sentido, de uma importante liderança petista que quis saber se ele pensava em disputar o Governo. Respondeu que era cedo e que não tinha intenção de correr riscos mas se entregou diante de uma nova provocação – ” e se o cavalo passar selado”?. João sorriu e comentou: ” aí é outra história”. Cavalo selado significa oportunidade inconteste, que não costuma acontecer duas vezes e por isso não deve ser perdida.

Essa história tem sido comentada em grupos de petistas pernambucanos como exemplo de que João não está disposto a ir para o sacrifício em 2026 e só cederá se a conjuntura o permitir. Nos últimos dias, porém, outra história vem ganhando força e foi confirmada a este blog por outra grande liderança do PT: a de que o prefeito teria comentado com pessoas próximas que não está propenso a embarcar na tese de Lula de ter dois palanques no estado. Um liderado pela governadora Raquel Lyra e outro pelo PSB. Sua resistência já teria chegado a gabinetes brasilienses.

Historia como farsa

A tese do palanque duplo surgiu nesse cenário desde que Raquel passou a ser cada vez mais afagada pelo presidente – esta quinta-feira foi o único governador presente, ao lado de Lula em Brasília, no lançamento do programa “Periferia Viva” que terá uma forte atuação na Região Metropolitana. Pela proposta, se repetiria o exemplo de 2006 quando Lula teve dois candidatos a governador no estado : Humberto Costa e Eduardo Campos e a eleição foi ganha por Eduardo, em segundo turno, quando disputou contra Mendonça Filho.

É de Karl Marx, conhecido como o grande teórico do comunismo, a frase muito repetida na política, de que os grandes fatos da história do mundo “ocorrem duas vezes: a primeira como tragédia e a segunda como farsa”. Marx falava da queda da monarquia e do domínio da burguesia no período napoleônico na França, mas aqui se resumiu o assunto para repetir que “a história só se repete como farsa”. Nesse contexto, o desejo de aplicar um modelo que deu certo em um momento diferente é tido como fadado ao fracasso e, portanto, à farsa.

Nínguem recusa apoio

Mesmo assim, na tentativa de pensar em saídas para abrigar Raquel e João no palanque de Lula, a criatividade petista continua solta embora , no fundo, poucos acredita nessa possibilidade. Resta saber o que fazer caso os dois líderes resolvam se enfrentar apoiar a reeleição do atual presidente. “Não se pode recusar apoio, ninguém faria isso muito menos Lula” – afirma um petista, que torce por Raquel, observando que o presidente , mesmo a contragosto de João Campos, não iria deixar de acolher Raquel. E ele mesmo
acrescenta: “ se João não aceitar isso vai ser difícil ele ter êxito na empreitada”.

Já um petista que torce por João Campos acha que hoje, o mais provável, é Lula ficar com o prefeito .” O PSB tem o vice-presidente que é Alckmin então se os socialistas têm um candidato a governador, como Lula pode ir para outro lugar?. Tem que ficar no mesmo”.- conclui mostrando convicção. Há no seio petista, no entanto, a impressão de que a reeleição de Lula pode suscitar uma luta pela vice e Alckmin acabar substituído no posto por um nome do PSD ou MDB, por exemplo.

Humberto e Teresa na muda mas torcendo

Com muitas correntes, apesar da pouca representatividade na Câmara Federal – só tem um deputado que é Carlos Veras – e na Assembléia – a bancada tem três deputados – o PT tem dois dos três senadores pernambucanos – Teresa Leitão e Humberto Costa. Embora nem um dos dois se pronuncie oficialmente sobre João e Raquel, nos corredores partidários se sabe que o grupo de Humberto está mais próximo da governadora e o de Teresa Leitão do prefeito João Campos.

Historia como farsa

A tese do palanque duplo surgiu nesse cenário desde que Raquel passou a ser cada vez mais afagada pelo presidente – esta quinta-feira foi o único governador presente, ao lado de Lula em Brasília, no lançamento do programa “Periferia Viva” que terá uma forte atuação na Região Metropolitana. Pela proposta, se repetiria o exemplo de 2006 quando Lula teve dois candidatos a governador no estado : Humberto Costa e Eduardo Campos e a eleição foi ganha por Eduardo, em segundo turno, quando disputou contra Mendonça Filho.

É de Karl Marx, conhecido como o grande teórico do comunismo, a frase muito repetida na política, de que os grandes fatos da história do mundo “ocorrem duas vezes: a primeira como tragédia e a segunda como farsa”. Marx falava da queda da monarquia e do domínio da burguesia no período napoleônico na França, mas aqui se resumiu o assunto para repetir que “a história só se repete como farsa”. Nesse contexto, o desejo de aplicar um modelo que deu certo em um momento diferente é tido como fadado ao fracasso e, portanto, à farsa.

Nínguem recusa apoio

Mesmo assim, na tentativa de pensar em saídas para abrigar Raquel e João no palanque de Lula, a criatividade petista continua solta embora , no fundo, poucos acredita nessa possibilidade. Resta saber o que fazer caso os dois líderes resolvam se enfrentar apoiar a reeleição do atual presidente. “Não se pode recusar apoio, ninguém faria isso muito menos Lula” – afirma um petista, que torce por Raquel, observando que o presidente , mesmo a contragosto de João Campos, não iria deixar de acolher Raquel. E ele mesmo
acrescenta: “ se João não aceitar isso vai ser difícil ele ter êxito na empreitada”.
Já um petista que torce por João Campos acha que hoje, o mais provável, é Lula ficar com o prefeito .” O PSB tem o vice-presidente que é Alckmin então se os socialistas têm um candidato a governador, como Lula pode ir para outro lugar?. Tem que ficar no mesmo”.- conclui mostrando convicção. Há no seio petista, no entanto, a impressão de que a reeleição de Lula pode suscitar uma luta pela vice e Alckmin acabar substituído no posto por um nome do PSD ou MDB, por exemplo.

Humberto e Teresa na muda mas torcendo

Com muitas correntes, apesar da pouca representatividade na Câmara Federal – só tem um deputado que é Carlos Veras – e na Assembléia – a bancada tem três deputados – o PT tem dois dos três senadores pernambucanos – Teresa Leitão e Humberto Costa. Embora nem um dos dois se pronuncie oficialmente sobre João e Raquel, nos corredores partidários se sabe que o grupo de Humberto está mais próximo da governadora e o de Teresa Leitão do prefeito João Campos.
Teresa expressa também a posição do diretório do PT do Recife que está com cargos na Prefeitura e não se dispõe a abrir mão deles. Recentemente Raquel nomeou para dirigir o Prorural o petista Maurício Leite, ligado mais a Humberto e cria do prefeito de Águas Belas, Luís Aroldo (PT), um dos maiores defensores da governadora. Maurício, porém, precisou se licenciar para assumir porque oficialmente o partido não está na base de Raquel, embora vote com ela na Assembléia.

Rui Costa e Padilha

No Plano Nacional, o maior defensor da tese de um alinhamento da governadora com Lula dentro do PT é o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que rasgou o verbo esta semana no Recife dizendo na frente de João Campos que a governadora já é da base de Lula, ao responder a um jornalista que indagava se ele iria convidar Raquel para a base do presidente. Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha está mais ligado ao prefeito e chegou a patrocinar a indicação do seu assessor e médico Mozart Sales para a vice do Recife.

Embora Rui Costa tenha falado que a governadora está na base, os defensores dela dentro do PT estão preocupados com a demora de Raquel em se filiar a um partido que apoia Lula, deixando o PSDB, que é oposição. Vêm que isso está criando dificuldades para solidificar uma aliança sólida no estado.

João Paulo dá suas razões

O deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo, que esta semana subiu à tribuna da Alepe para elogiar a governadora e se contrapor ao deputado federal Pedro Campos, que a criticou em mensagem no “X”, foi o primeiro petista a chegar mais próximo da governadora e viabilizar o apoio da bancada petista a seu Governo. Ele acha que “é muito difícil um presidente chegar às periferias da RMR e ao interior sem o Governo Estadual. Por isso entendo que Raquel, com uma habilidade de articulação pouco vista
chegou a Lula e está recebendo dele todo o apoio necessário para fazer Pernambuco viver momentos auspiciosos”.

O deputado diz que se aproximou da governadora “ ao ver que o que ela faz tem muito a ver com o que penso. Tem um compromisso claro com os pobres em todas as áreas, desenvolveu uma forte articulação com o presidente Lula e todos os seus ministros, como eu fiz no meu tempo de prefeito com o governador Jarbas, e tem mostrado capacidade para dar continuidade a todos os projetos que o presidente imagina ver executados em Pernambuco”. Indagado se acredita na formação de dois palanques para Lula no estado ele afirma que isso é possível “ afinal a política é a arte do possível mas entendo que com a força com que Raquel vai chegar em 2026 dificilmente alguém vai poder disputar o Governo com ela de forma equilibrada.”

No PT diz-se que João Paulo está eivado de um espírito revanchista quando se contrapõe a João Campos e tudo teria a ver com a eleição de Geraldo Júlio, que representou o fim de um período de 12 anos de domínio petista no Recife. Tem incomodado muito, no entanto, o crescimento do número de líderes do partido que defendem a mesma tese do ex- prefeito. Agora é aguardar para saber quem vai ganhar esta briga ou se pendurar de um ou outro lado da gangorra, caso venham a existir dois palanques para Lula em Pernambuco.

TEREZINHA NUNES do BlogDellas Especial para o JC – Foto: Janaína Pepeu/Secom

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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