Pesquisas com resultados díspares confundem candidatos e eleitores

 

Houve um tempo no Brasil em que só se conhecia o Ibope, tanto que ele passou a ser quase sinônimo de pesquisa. O ibope começou medindo tudo, até audiência de rádio, e acabou nas pesquisas eleitorais. Se o Ibope falasse todo mundo acreditava. Com o tempo surgiram os concorrentes respeitáveis e o quadro se ampliou. Nessa eleição, porém, parece que todo mundo resolveu pesquisar e o resultado é que os institutos bons acabarão pagando pelos ruins no emaranhado de números diferentes divulgados diariamente. Se continuar assim vai ser difícil concluir qualquer coisa até o dia 2 de outubro, quando se realiza o primeiro turno da eleição.

A confusão é nacional e local. Vale tanto para as pesquisas para presidente como para governadores e senadores. No mês de julho, por exemplo, levando em conta os levantamentos nacionais, as diferenças entre Lula e Bolsonaro, os dois melhores posicionados, variaram de 18 pontos no Datafolha a 9 pontos no Ipespe e 2 pontos (empate técnico) no Futura. Esta segunda, em Pernambuco, os institutos Real Time Big Data e Opinião apresentaram coisa parecida. No Opinião, a primeira colocada Marília Arraes tem 34,7% e a segunda, Raquel Lyra tem 11,8% e o terceiro é Miguel Coelho com 10,3%. No Big Data, Marília tem 28%, Raquel e Anderson Ferreira estão em segundo com 14%. A diferença entre Marília e Raquel nos dois levantamentos varia de 22,9 a 14%. Durma-se com um barulho desses….

Os analistas estão produzindo médias mensais de todas as pesquisas para tentar achar alguma luz no fim do túnel. Os institutos não gostam de se pronunciar mas extra oficialmente ponderam que cada um tem um método diferente, daí as disparidades, ou que uns fazem pesquisas presenciais e outros por telefone. Enfim, não há explicação. Muito menos para o eleitor, embaralhado com os números.

Senado analisa regulamentação de pesquisas

Está no Senado Federal o projeto de revisão do Código Eleitoral. Nele tem um capítulo específico sobre pesquisas, buscando a sua melhor regulamentação. Uma das propostas é proibir o autofinanciamento. O próprio instituto não vai poder, se aprovado o texto, fazer um levantamento usando seus próprios recursos. Alguém terá que se responsabilizar pelos custos e declará-los à justiça eleitoral. Com isso e mais outras mudanças, especialistas acreditam que

o cerco vai se fechar e reduzir em muito o número dos realizadores de pesquisas nas próximas eleições.

Cleiton reforça o palanque de Miguel

O deputado estadual Cleiton Collins e a vereadora do Recife Michelle Collins declararam apoio ao candidato a governador Miguel Coelho esta terça em ato à noite, no Recife. Antes de Gleide Ângelo, Cleiton era o estadual mais votado no estado e Michelle sempre se elegeu bem como vereadora. Este ano ele é candidato à reeleição e ela a deputada federal. Ambos estão filiados ao PP, de Eduardo da Fonte. Dos 10 deputados do PP, o pastor Adauto Santos e Erick Lessa votam em Danilo junto com mais seis deputados. Cleiton agora está com Miguel e Clarissa Tércio, que é candidata a federal ainda não decidiu se apoia Anderson ou Miguel. Ela se aproximou do ex-prefeito de Petrolina no início da pré-campanha.

Miguel marca espaço entre bolsonaristas evangélicos

O apoio de Cleiton e Michelle reforça Miguel no meio evangélico bolsonarista. Ambos trafegam nesse grupo. E,como Clarissa Tércio, não se dão bem com Anderson porque fazem política em Jaboatão ( mesmo município governado pelo candidato até recentemente). Clarissa pode até ainda votar em Anderson no primeiro turno se houver um apelo pessoal do presidente Bolsonaro. Ela sonha em ser prefeita de Jaboatão e Anderson já tem um candidato, o atual prefeito Luís Medeiros, do PL, que o substituiu.

Auxílio Brasil é ultima cartada de Bolsonaro

Com a inflação entrando nos trilhos e os empregos começando a aparecer, o presidente Jair Bolsonaro aguarda para os próximos dias os efeitos do aumento do auxílio Brasil sobre sua popularidade no meio das pessoas mais pobres. No Palácio Planalto aposta-se na possibilidade do presidente até empatar nas intenções de voto com o primeiro colocado, o ex-presidente Lula. Será?

Pergunta que não quer calar: quais os dois prefeitos da Frente Popular que se preparam para apoiar Marilia nos próximos dias?

Redação do blogdellas – Foto: Divulgação

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