Pesquisas acertam em Pernambuco e revelam novos líderes políticos

Os Institutos de Pesquisa não foram felizes ao medir as intenções de voto para presidente. Eles próprios reconheceram. Em Pernambuco, porém, foi diferente. Embora com cinco fortes candidatos, quatro empatados, técnica e numericamente, pode-se dizer que as pesquisas acertaram em cheio. A exceção, que justifica a regra, foi Marília Arraes, que tinha 33% das intenções de voto na semana da eleição, e caiu para 23,97%. Mas, para comprovar que a eleição estava toda empatada, Marília acabou empatando com os demais no dia da eleição.

Ficou tão difícil saber o que ia acontecer que a Rede Globo só deu Marília e Raquel como escolhidas para disputar o segundo turno, no finzinho da divulgação. Até perto disso o comentário dos jornalistas globais era de que qualquer um dos cinco podia disputar porque a diferença entre eles era mínima. E foi isso mesmo. Marília acabou com 23,97% dos votos, Raquel com 20,58% (3,35 pontos a menos que Marília), Anderson com 18,15%( 2,43 pontos a menos que Raquel), Danilo com 18,06% (0,6 pontos a menos que Anderson) e Miguel com 18,06% (0,4 pontos a menos que Danilo).

Como este blog havia revelado alguns dias antes da eleição, qualquer fato novo poderia levar um deles à disputa diante da distância mínima entre eles. Este resultado de empate revelou algo fundamental: Pernambuco, que estava carente de novas lideranças políticas de dimensão estadual, ganhou cinco ao mesmo tempo: Marília Arraes, Raquel Lyra, Miguel Coelho, Anderson Ferreira e Danilo Cabral. Embora tenha amargado a rejeição ao seu partido, que nem Lula conseguiu sanar, Danilo transmitiu durante a campanha a imagem de pessoa preparada e com liderança para voos futuros.

A força de cada um

Marília, além de ir disputar o governo, se credenciou como liderança de esquerda capaz de, em um governo federal esquerdista, se projetar. Conseguiu eleger pelo seu partido um deputado federal e três estaduais. Raquel, que também vai disputar o governo, apesar de não ter elegido federal, conseguiu que a federação que a apoiou (PSDB/Cidadania) conquistasse três cadeiras na Alepe. Miguel, com grande capacidade de articulação, levou a União Brasil a eleger três deputados federais e cinco estaduais. Anderson projetou o bolsonarismo que, não só elegeu cinco federais e cinco estaduais, como teve os dois mais votados no estado para a Câmara e para a Alepe. Danilo, através do PSB, conta com uma bancada de 14 deputados na Alepe e cinco na Câmara Federal.

Na linha de frente

Independente do resultado do segundo turno, vai ser difícil pensar em uma nova eleição em Pernambuco que não passe por essas novas lideranças. E com uma diferença em relação aos pleitos anteriores: Raquel e Miguel respondem por uma quantidade expressiva de votos no sertão e no agreste, fazendo com que o interior passe a ter voz e poder de mando. Até hoje as eleições tiveram como foco a Região Metropolitana quando 60% das pessoas moram no interior.

Caruaru abalado com as perdas

Apesar de ter dado a uma caruaruense o direito de disputar o segundo turno para governador, a eleição foi cruel para a representação daquele município na Câmara Federal e na Assembléia. O deputado federal Wolney Queiroz não conseguiu se reeleger e nem seu pai, o deputado estadual José Queiroz. Da mesma forma, o deputado estadual Tony Gel também não teve êxito na renovação do seu mandato nem seu filho Toninho na disputa para federal. O único reeleito foi o deputado federal Fernando Rodolfo, do PL, salvo pela onda bolsonarista.

PT e PSB em reuniões

O PT e o PSB estão fazendo encontros de cúpula – cada um no seu quadrado, pelo menos por enquanto – para decidir o que fazer no segundo turno. Este blog foi informado que há, nos dois partidos, quem defenda o apoio a Marília ou a Raquel, ou mesmo a neutralidade. Tudo vai depender das orientações nacionais da campanha de Lula que as duas legendas priorizam neste momento.

Pergunta que não quer calar: Quem, entre Marília e Raquel, vai aparecer em primeiro lugar na primeira pesquisa de segundo turno?

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