Pesquisa inédita na RMR avalia satisfação da população com o trabalho
Trabalho, emprego. Diante da incerteza no cenário econômico instalado no Estado e com o objetivo de avaliar a percepção dos moradores da RMR quanto ao nível de satisfação ou insatisfação em seus atuais empregos, o Centro Universitário Unifafire através do Núcleo de Inteligência de Mercado, acaba de concluir pesquisa inédita com trabalhadores de diversos ramos de atividades. E 542 pessoas com idades entre 18 e 65 anos foram ouvidas em diversos espaços públicos do Recife. A abordagem principal é sobre a satisfação com o trabalho. O resultado aponta que a maioria, 89% dos que encontram-se empregados, estão felizes no trabalho.
Do universo pesquisado, 378 se encontram empregadas, nas quais 53% são do sexo feminino, e as outras 164 pessoas estão desempregadas. Vale ressaltar que o índice de desemprego é uma realidade na vida dos brasileiros, atestada pelos dados coletados no primeiro trimestre deste ano pelo IBGE que apontaram um crescimento de de 8,8% na taxa em todo o país.
O estudo levou em consideração algumas variáveis econômicas como gênero, faixa etária, escolaridade e faixa de renda. Para o economista e coordenador do Unifafire Inteligência de Mercado, Tarcísio Régis de Souza, com uma economia que vem oscilando a percepção que se tem a partir do estudo é de que, muitos entrevistados podem estar satisfeitos pelo motivo de estarem empregados num cenário onde há muito desemprego. É uma conclusão demonstrada no estudo que revelou que a faixa de renda do público que se mostrou satisfeita ou muito satisfeita com o trabalho é de um salário mínimo. No recorte por faixa etária, o público com idade entre 18 e 24 anos foi o que demonstrou a maior satisfação com o emprego.
Das pessoas que estão insatisfeitas, muitas não quiseram relatar os motivos. Em termos empresariais com relação ao valor do salário, o que se pôde observar é que existe o entendimento por parte da população entrevistada de que deveriam ser melhor remuneradas. No entanto, Souza entende que com a alta da inflação e o custo de vida elevado é natural que as pessoas relatem a importância da melhoria nos salários. “A questão da empregabilidade e do trabalho perpassa várias áreas de estudo com efeito, inclusive, no comportamento das pessoas”, observa.
Para o consultor de carreiras e orientador profissional do Unifafire, Alexandre Nunes, a pesquisa retrata bem a realidade já que há um índice elevado de desemprego, mas ele chama a atenção para esse maior percentual de trabalhadores satisfeitos, que, para ele, não parece que o resultado é realmente no sentido de que os trabalhadores estão satisfeitos com os seus empregos e nem com as condições do trabalho, mas sim que estão felizes por estarem empregados.
De acordo com ele, é importante separar as categorias trabalhabilidade e empregabilidade. “A primeira é quando existe uma autonomia em se fazer aquilo que gosta, independência na escolha da atividade e do local de trabalho. Já a empregabilidade é um vínculo”, aponta, dizendo que com os altos índices de pessoas sem trabalho e perguntar a alguém que está empregado e com carteira assinada qual o seu índice de satisfação certamente irá gerar uma resposta positiva, contudo será pela condição da pessoa estar empregada. O que é diferente de estar satisfeito numa perspectiva mais ampla com o que se está fazendo e onde está”, enumera Nunes.
Redação com assessoria – Foto: Divulgação
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