Perfume de mulher na decisão da Copa – Por Paulo André Leitão*
Argentina x França lembrou-me Perfume de Mulher, dirigido por Martin Brest. Frank (Al Pacino), o protagonista (é cego), aproxima-se de uma jovem em um restaurante, identifica seu perfume, diz que seu riso é bonito e a convida para dançar. Donna (Gabrielle Anwar, linda), já tinha dito que queria aprender a dançar tango, mas o namorado não deixou. Frank não desiste.
– Quer aprender o tango, Donna?
– Agora?
– Ofereço meus serviços de graça. Que me diz?
– Acho que teria medo.
– De quê?
– De dançar errado.
– Ninguém erra no tango. Não é como na vida. É simples. Por isso é fantástico. Se erra ou se atrapalha, continua dançando. Não quer tentar? Vamos?
– Está bem. Vou tentar.
Foi a França que começou errando. O árbitro, logo depois. A torcida argentina, aos 2×0, quando gritava “Olé!”. As duas seleções acertavam e erravam, mas buscaram permanentemente a vitória, o que levou o jogo à prorrogação e aos pênaltis, e o transformou em uma das melhores decisões de futebol a que já assisti. Ao fim, os erros definitivos: os pênaltis desperdiçados.
Parabéns, Argentina e França! Os lances decisivos desta Copa já ganharam cadeira cativa em nossa memória. A vida, sempre ela, prevaleceu sobre os erros e manteve o futebol do jeito que sempre foi – apaixonante, como Perfume de Mulher.
*Paulo André Leitão é jornalista. Texto compartilhado. @cronos.pe.
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