Política

Paulo Câmara sai do PSB em meio a especulações de que vai assumir órgão federal que pode ser BNB

O governador Paulo Câmara pediu desfiliação do PSB esta quinta-feira em meio a especulações de que irá assumir um cargo na área financeira do Governo Federal – possivelmente a presidência do Banco do Nordeste – e não poderia estar vinculado a uma organização político partidária.

A notícia divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo caminha nesse sentido – necessidade de estar fora de partidos políticos. Esta semana uma fonte do PT de Pernambuco informou a este blog que o ex-governador estava para ser anunciado como integrante de um órgãos da área financeira. “Estou convencido de que sua saída do partido é por isso”- afirmou há pouco um influente deputado estadual do PSDB.

O fato de Paulo estar descontente com o partido que nem o indicou para assumir cargos no Governo Lula pode ter pesado na balança mas não seria primordial segundo esse deputado, argumentando que desde o princípio Lula deixou claro que ele faria parte de sua administração em sua cota pessoal.

Na verdade, Lula vem atendendo com bons cargos os governadores ou ex-governadores do Nordeste. Para tanto quatro deles estão em importantes ministérios: Rui Costa, da Bahia, como ministro da Casa Civil, Camilo Santana, do Ceará, como ministro da Educação, Flávio Dino, do Maranhão, como ministro da Justiça e Wellington Dias, do Piaui, como ministro de Assistência Social e Combate à Fome.

Paulo teve atritos com o prefeito do Recife, João Campos, durante o processo sucessório. Marcou reunião com Lula ao lado do senador do PT, Humberto Costa, para tratar da escolha do candidato a governador de Pernambuco tendo como base uma pesquisa feita pelo PT que apontava Humberto como a pessoa mais forte e ele o melhor candidato a senador.

João Campos ficou sabendo e chegou de surpresa ao encontro para afirmar que o PSB não aceitava outro candidato a governador que não fosse uma liderança do próprio partido. Acabou a escolha caindo sobre Danilo Cabralmas nunca mais Paulo e João voltaram às boas. Daí teria saído a decisão do PSB de não colocá-lo como prioridade para assumir um ministério e sim Márcio França, ex-governador de São Paulo.

Foto: Divulgação

Veja os termos da carta abaixo

Ao presidente do Partido Socialista Brasileiro, Sr. Carlos Siqueira,

Ingressei no PSB, a convite do governador Eduardo Campos em 2014, para ser candidato ao Governo de Pernambuco. Naquele ano, em 13 de agosto, sofremos todos a perda de nossa maior liderança num trágico acidente aéreo. Eduardo foi um político e gestor público que fez história no Brasil transformando nosso estado para melhor.

Nos oito anos seguintes, tive a difícil tarefa de suceder o melhor governador da história. O que já não seria fácil se tornou ainda mais desafiador, com as sucessivas crises enfrentadas pelo país e pelo mundo, a mais grave de todas a pandemia da Covid-19.

Minha dedicação a Pernambuco foi integral em meus dois mandatos. Avançamos em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país.

Ao tempo que finalizei a honrosa tarefa de ser governador de Pernambuco também avaliei concluída minha história partidária junto ao PSB. Quero agradecer a todos os companheiros e companheiras de partido que sempre estiveram ao meu lado nesse período, nas pessoas do nosso presidente nacional, Carlos Siqueira e estadual, Sileno Guedes.

Não estaremos mais ombro a ombro, mas permaneceremos no mesmo front, defendendo políticas públicas que priorizem os mais vulneráveis e lutando por um Brasil mais justo.

Muito obrigado e que Deus nos abençoe!

Paulo Câmara

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