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Pantanal: A força da mensagem do “Homem Sucuri”.

Foi lindo. E também triste.

O capítulo da novela Pantanal da noite de ontem (28), chegou para atender o grito dos militantes já roucos e dos defensores da natureza cansados de não serem ouvidos. Pantanal, a novela que encantou nos anos 90, revelando aquela região para muitos brasileiros que ainda não a conheciam como deveriam, voltou em um outro ritmo no remake deste 2022 – mais veloz- mais consciente e mais insistente em dizer verdades sobre as necessidades que o meio ambiente exige. Com urgência.

Mensagens de lutas a favor da região, da amazonas e da preservação da natureza tem sido ditas através de várias personagens, principalmente falando para os jovens através de “Jove” ou para os mais idosos através do “Véio do Rio” . No ultimo capítulo, uma queimada atingiu o bioma e deixará a versão animal do Velho (a cobra Sucuri) ferida, agonizando. É Juma , aquela que vira Onça, quando com raiva quem vai salvar sua vida no capítulo de hoje.

Foram cenas lindas plasticamente, enquanto arte, mas tocantes com vista ao fogo devastando uma grande área, animais queimados , imagens destruidoras avançando verde afora . Uma realidade de hoje que muitos insistem em negar. As imagens vieram acompanhadas de uma trilha sonora bela, gerando melancolia. Emocionou e deu play no inconsciente, gerando reflexões em meio a histórias de Juma, Tadeu, Tocador de viola que faz pacto com o Demo , Zé Leôncio ….. e do Velho do Rio ou Homem Sucuri.

De capa, chapéu e cajado na mão é como se materializa o “Velho do Rio”. Na pele de uma enorme sucuri, o místico personagem vivido pelo grande ator que é Osmar Prado em “Pantanal” conquistou crianças e adultos , tomou parte da audiência e tornou-se líder no ranking de popularidade entre os comentários nas redes sociais, segundo pesquisa da TV Globo. O sucesso, comprovado em números, é fruto da história que envolve o sobrenatural , o realismo fantástico, somada a uma atuação desprovida de vaidades e guiada por uma causa que pode nem ser a do ator mas que ele agarrou com uma verdade absoluta.

O “Velho do Rio “é uma entidade. Ele tem uma força única, necessária não só para arrastar a pesada capa que lhe veste e ajuda a compor a ideia, que alimenta o nosso imaginário, como para repassar a mensagem central novela afora: “ Não adianta o homem lutar contra a natureza, ela é mais forte”. Como ele próprio diz: “O homem é o único bicho que envenena a água que bebe, que maltrata o bicho que come e que derruba a árvore que limpa o ar que ele respira”. São necessárias reflexões.

O “Veio do Rio “ prega a libertação da ganância , o simples, o necessário, para fazer do mundo um lugar cooperativo e solidário. Uma vida melhor possível. Uns chamam isso de humanismo cristão, filosofia, outros chamam de comunismo, outros de socialismo. Sabemos e precisamos acreditar e agir. Não existe uma saída para o mundo que não seja se tornar um espaço solidário, humano, protetor daquilo que a Terra nos dá de forma tão abundante.

Logo mais tem mais Pantanal. Até lá.

E, para os mais radicais com regras do que assistir. Do que é banal, do que é cultura, arte, a gente insiste: as vezes assistir novelas é necessário é prazeroso . As vezes não.

Redação do Blogdellas com informações/fotos da TV Globo.

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