ONG registra 257 mortes violentas de LGBTQIA+ em 2023
O Grupo Gay da Bahia (GGB), uma ONG que coleta dados há 44 anos, divulgou as estatísticas, enfatizando que o país permanece como o mais homotransfóbico do mundo. No ano de 2023, o Brasil testemunhou 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, revelando uma trágica realidade em que a vida dessas pessoas é constantemente ameaçada. Luiz Mott, antropólogo, historiador e pesquisador, fundador da ONG , ressaltou que o número pode aumentar, já que 20 casos estão sob investigação. “Pela segunda vez em quatro décadas, as [mortes de] travestis ultrapassaram em número absoluto a dos gays. Isso é preocupante porque travestis e transexuais representam por volta de 1 milhão de pessoas e os gays representam 10% da população do Brasil, cerca de 20 ou 22 milhões de pessoas. Então, a chance ou o risco de uma trans ou travesti ser assassinada [no país] é 19 vezes maior do que para um gay ou uma lésbica”, explicou.
Além disso, o relatório da ONG revela que a maioria das vítimas (67%) era composta por jovens entre 19 e 45 anos quando sofreram morte violenta, evidenciando um padrão alarmante de violência nessa faixa etária. O mais jovem entre eles, com apenas 13 anos, foi vítima de um homicídio em Sinop, Mato Grosso, após uma tentativa de estupro. Dentre as mortes registradas pelo Grupo Gay da Bahia, 127 referiam-se a pessoas travestis e transgêneros, enquanto 118 eram gays, nove identificadas como lésbicas e três como bissexuais. Além disso, o relatório destaca que 29,5% das vítimas morreram em suas residências, mas uma em cada quatro pessoas (40%) LGBTQIA+ morreu nas ruas ou espaços externos, evidenciando a persistência de padrões específicos de violência de acordo com a orientação sexual ou identidade de gênero. O relatório ressalta a necessidade urgente de ações efetivas para proteger a comunidade LGBTQIA+ no Brasil e abordar os fatores que contribuem para esse cenário alarmante.
Redação com veículos e assessoria – Foto: Fernando Frazão/AB
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