“O que Sobra”: O livro do Príncipe Harry chega fazendo barulho

– A autobiografia retrata pai, irmão e a imprensa britânica como vilões-

A Família Real Britânica segue , despertando cada vez mais, a curiosidade alheia , mundo afora. Há um quê de inveja, ira e “ schadenfreude” , palavra inventada pelos alemães para tratar do prazer de testemunhar a desgraça alheia. E a recepção à autobiografia do príncipe Harry, “O que sobra”, lançada na última terça-feira pela editora Objetiva, é o exemplo (e alvo) mais recente de tal obsessão. Antes mesmo de chegar às mãos dos leitores, o livro já estava em todas as conversas ,das Tvs, Jornais às Redes Sociais.

Há pouco mais de 500 páginas do livro . Detalhes de sua oposição ao casamento do pai com a hoje rainha consorte Camilla — a quem o enteado se refere inicialmente como “a Outra”— à forma como perdeu a virgindade, como conheceu a amada, sua versão sobre fantasia polêmica no Dia das Bruxas , piadas de péssimo gosto do pai sobre seu nascimento, envolvendo paternidade . Tá tudo lá. O Princípio não poupa esforços em “vender muitos livros”. Na verdade , o filho mais novo do rei Charles III e da princesa Diana trava uma guerra com seus parentes há três anos, após anunciar que ele e sua mulher, Meghan Markle, abandonariam suas funções reais. E desde que o casal deu a bombástica entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey em março de 2021, acusando a família real de racismo, houve pouca trégua entre eles e a família real britânica.


A autobiografia, junto com a documento- série Harry & Meghan lançada em dezembro pela Netflix, foram a pá de cal em qualquer perspectiva de reconciliação. Ao dizer que o rei do Reino Unido “não foi feito para a paternidade solo” e acusar seus parentes de plantarem histórias um contra os outros na imprensa, um retorno parece quase impossível. O príncipe refere-se a si mesmo como o “reserva” — alguém posto no mundo como um estepe, caso algo grave acontecesse com o herdeiro, o irmão Charles.

Entre todos os parentes, Harry reserva as palavras mais gentis para a mãe, a princesa Diana, morta em um acidente de carro em Paris em 1997. A batida no túnel e suas repercussões na vida que aquele menino de 12 anos viria a ter são onipresentes em todas as três partes da obra: a primeira é dedicada aos anos formativos, a segunda aos anos no Exército e a terceira, a vida com Meghan. Não sem razão, culpa o assédio constante dos tabloides britânicos pela morte de sua mãe. Deixa claro seu desgosto pela vida sob os holofotes e diz que não quer ver a História se repetir com si mesmo e com sua mulher.O paradoxal, no entanto, é que o casal foi alavancado a um novo nível de notoriedade após romper com a Coroa. E se diziam ter planos de levar vidas normais nos EUA, a longa promoção da série e da autobiografia, com uma enxurrada de entrevistas, dá a impressão contrária.

Harry é hoje mais famoso do que nunca. É um prato cheio para os tabloides pelos quais destilou tanto ódio: basta uma visita às página s principais do Daily Mail ou do The Sun para ver que o tiro saiu pela culatra.

Internacionalmente, a repercussão também não é das melhores. E se até as melhores novelas causam fadiga quando se prolongam por muito tempo, o mesmo vale para ele. E o príncipe não se ajuda com algumas declarações que beiram a implicância , mirando quase sempre em seu irmão e sua cunhada.


Em um dado momento, Harry refere-se à “calvície alarmante” de William, “mais avançada do que a minha”. Em outro, dispara contra Kate após ela hesitar em emprestar um gloss labial para Meghan. Revela fatos até certo ponto desnecessários como seu pai fazer exercícios para coluna de cabeça para baixo, vestindo apenas uma cueca samba-canção. É isso. Ficou interessado? Vai querer ler as confissões e provocações do Princípe Harry?


Redação com veículos – Foto: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

Compartilhar