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Novo secretário de segurança comandou operação da PF em 2017 que fez busca e apreensão no Palácio

Foto de viatura da PF nos jardins do Palacio das Princesas em 9 de novembro de 2017

Embora tenha servido aos governos Eduardo Campos e Paulo Câmara, o novo secretário de defesa social da governadora Raquel Lyra, delegado federal Alessandro Carvalho, foi o comandante da operação da Polícia Federal que mais causou ruídos no estado: ainda no primeiro mandato de Paulo Câmara, em 9 de novembro de 2017, esteve, acompanhado de dezenas de agentes e até de um helicóptero, à frente da operação de busca e apreensão na Casa Militar do Palácio das Princesas, onde foram presos , pela Operação Torrentes, quatro coronéis da PM e outros quatro foram levados para depor coercitivamente.

Afastado da secretaria de defesa social no começo de 2017, quando os índices de violência tinham subido de forma preocupante, o delegado ficou ainda poucos meses como assessor especial do Governo mas acabou regressando à Polícia Federal pernambucana que comandava no dia da fatídica operação. Na época, a mando da justiça federal, que acolhera manifestação do MPF e da AGU, recebeu a missão de realizar dezenas de prisões por conta de desvios praticados por PMs, empresários e funcionários civis da Casa Militar, ainda no Governo Eduardo Campos, quando teriam superfaturado compras de alimentos, cobertores e colchões destinados aos desabrigados pelas enchentes na Mata Sul no ano de 2010.

O novo secretário recebeu muitos elogios na época e foi citado como pessoa séria e competente por não ter titubeado na missão de combater possíveis desvios em um Governo ao qual acabara de servir e contra oficiais que comandara, incluindo o ex-chefe da casa militar de Eduardo, coronel Mário Cavalcanti. Mas, até hoje, ex-assessores de Paulo Câmara o acusam, intramuros, de ter feito uma operação espetaculosa contra a sede do Executivo – o prédio da Casa Militar fica junto ao do Palácio onde despacha o governador – quando, na opinião deles, não haveria necessidade pois todas as informações pedidas seriam dadas. A própria PF informou à imprensa na época que se tratava de investigar a aplicação de recursos federais de R$450 milhões enviados para assistir aos municípios atingidos e desabrigados.

No mesmo dia da operação o Governo distribuiu uma nota oficial afirmando “é lamentável a operação desproporcional realizada no gabinete do Chefe da Casa Militar do Palácio do Campo das Princesas” e acrescentou “o que assistimos hoje é um exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação de agentes públicos e políticos”. Na mesma nota o Governo prestou contas do que teria feito com os recursos citados, elencando, a construção da Barragem de Serro Azul, de cinco hospitais, milhares de casas populares e recuperação de pontes, estradas, etc. Em 2021, quando se pronunciou sobre o caso em julgamento, a Justiça Federal condenou cinco PMs pelos desvios, incluindo o coronel Mário Cavalcanti e um casal de empresários. Na época foi informada a comprovação de desvios no montante de R$3 milhões.

A passagem do novo secretário pela SDS e o fato de ter estado à frente da Operação Torrentes foram os comentários mais frequentes esta sexta-feira em grupos de whatsapp de policiais e de deputados estaduais após a divulgação do nome do delegado como substituto da delegada Carla Patrícia que entregou o cargo esta quarta-feira.

Redação blogdellas – Foto: Divulgação/Google

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