Novo arcebispo Dom Paulo Jackson defende a reconciliação política do país e explica a visita a Lula

O novo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson, que será empossado dia 13 de agosto, defendeu a reconciliação política do país e disse que a CNBB, da qual é 2.o vice-presidente, deve atuar nessa linha. Segundo ele, “na última campanha aconteceram fraturas nas famílias, entre amigos e nas comunidades eclesiais da própria Igreja Católica”. Citando o Papa Francisco disse que a saída para isso é o diálogo, o respeito e o conhecimento. “Devemos trabalhar pela superação de todos os preconceitos e defender a tolerância, praticando uma cultura de paz. A ignorância e a falta de conhecimento provocaram muitos conflitos que precisam ser superados com perdão e reconciliação”.

As declarações de Dom Paulo foram dadas em entrevista à TV Cancão Nova, da Igreja Católica, cujo conteúdo publicamos em anexo. Indagado sobre a visita recente ao presidente Lula da qual participou com os demais membros da direção da CNBB, ele fez uma ressalva “É muito importante que a CNBB dialogue com todos os poderes. Não visitamos o presidente Lula. A presidência da CNBB visitou a Presidência da República. Foi um encontro institucional que é repetido sempre que um novo presidente toma posse. A diretoria anterior da CNBB também visitou o então presidente Jair Bolsonaro”.

Indagado sobre o que falou sobre a visita ele respondeu: “na conversa houve pontos semelhantes entre nós até porque o presidente ia visitar o Papa logo em seguida e discutir a paz no mundo a partir da guerra da Ucrânia. O diálogo do presidente com qualquer país ou autoridade do mundo à respeito da paz é importante”. Também ressaltou que se falou em projetos sociais, uma preocupação comum do presidente e da Igreja. Explicou, no entanto, que “há limites nesse diálogo. Nós nos baseamos na Doutrina Social da Igreja de forma que não concordamos com aborto e outras pautas. Somos a favor da vida em todas as circunstâncias” e sublinhou “ quando nossas pautas se distanciarem defenderemos a Doutrina Social da Igreja em todos os seus aspectos”.

Dom Paulo também falou sobre o desafio de gerir a Arquidiocese, substituindo Dom Fernando Saburido e agradeceu ao atual arcebispo por tê-lo incluído como um dos seus preferidos ao ser ouvido pelo Vaticano a respeito de sua própria sucessão. Disse que fez seus estudos como seminarista no Recife – é paraibano – e morou na Várzea e em Casa Amarela. Ressaltou que quer ouvir muito os padres, diáconos, seminaristas e leigos e citou prelados católicos nordestinos, já falecidos, como exemplos a serem seguidos, como Dom Vital, Frei Damião e Dom Hélder Câmara.