Noronha é nossa

A ilha de Fernando de Noronha pertence ao estado de Pernambuco desde 1737 quando foi assumida pela então capitania hereditária aqui instalada pelos portugueses. Durante todo esse período ela só esteve sob propriedade da União entre 1942, quando por questões estratégicas foi transformada em base militar na Segunda Guerra, e 1988 quando voltou a ser território estadual por força da nova Constituição Federal.

Em função da celeuma criada a partir desta quinta-feira quando o Governo Federal ajuizou junto ao STF ação buscando a reintegração de posse de todos os imóveis da ilha, o que significa voltar a assumir o controle da mesma, este Blog, em nome do que se propôs de defender a democracia em todos os sentidos, vem, perante seus leitores, se posicionar sobre a situação criada que causa inquietação aos pernambucanos.

Em um regime democrático pleno, todas as questões levantadas pela União para motivar sua interferência – deixando a entender que o estado não tem cumprido com os termos de cessão da ilha. – seriam resolvidas com negociação. Transformá-las em objeto de celeuma é demonstrar aversão ao diálogo e, consequentemente, à democracia.

O que menos precisamos neste momento é por a administração da ilha, que é muito cara mas necessária, em cheque. Aguardemos que o STF se pronuncie pondo o feito à ordem e que Estado e União se entendam e voltemos a dormir em paz.

Entre 1817 e 1824,, a coroa portuguesa, para punir os ideais democráticos dos pernambucanos, após seguidos movimentos libertários iniciados com a Revolução de 1817 – a nossa Data Magna – retirou de Pernambuco grande parte do seu território, incluindo os estados da Paraíba e Alagoas e a Comarca do São Francisco.

Sem condições de reagir os pernambucanos engoliram essa arbitrariedade que nos impediu de ser hoje um dos maiores estados nordestinos e brasileiros. Neste 2022, com os meios de comunicação social, especialmente a Internet, é impossível nos impor, de goela abaixo, tamanha desfaçatez.

Foto: Google Imagem