No primeiro ato público no segundo turno Raquel diz que “Pernambuco não é de uma família nem tem dono.”
“Pernambuco não é de uma família, Pernambuco não tem dono”- disse a candidata a governadora Raquel Lyra para milhares de pessoas, incluindo deputados federais, estaduais e cerca de 100 prefeitos que lotaram a Arena Caruaru este domingo pela manhã, no primeiro ato público da sua campanha neste segundo turno. Emocionada – chegou a chorar durante sua fala – ela demonstrou o que ainda está sentindo pela perda do marido -“falta um pedaço de mim aqui”- agradeceu pelos votos e pediu desculpas por não ir poder estar em todos os lugares até o dia 30.
E acrescentou: “quando eu não tiver voz, não poder chegar, que vocês sejam a minha voz”. Ela se referia sobretudo aos prefeitos que querem a sua presença em seus municípios. Depois de recordar as linhas principais do seu programa de governo, ela condenou as fake news que tentam manchar sua campanha e deu duas estocadas na candidata Marília Arraes. Sem citar o nome da adversária, lembrou que ela tem o apoio do PSB e perguntou “como alguém apoiado por Paulo Câmara, pode fazer mudança?” também se referiu indiretamente ao discurso de Marília, que insiste em padrinhos políticos, acrescentando “não é um presidente que vai consertar o teto da Restauração, é a governadora”.
Sobre sua disposição para lutar ela foi firme ; “não há nada que nos tire do nosso caminho. Só nós temos capacidade de mudar a situação de nossa gente e devolver a esperança aos pernambucanos. Pernambuco vive uma onda roxa de amor pelo nosso estado a qual ninguém vai poder deter. Vivemos um momento histórico, teremos a primeira governadora e eu peço a honra de estar com vocês, fortalecendo esta caminhada. Que não é minha, é nossa, é de Pernambuco”.
Priscila abriu o caminho para lulistas e bolsonaristas
Coube à candidata a vice Priscila Krause mandar o recado político mais importante no momento. Aplaudida pelos dois lados ela afirmou “Quem votou em Lula pode votar em Raquel, quem votou em Bolsonaro pode votar em Raquel. Mas quem tem Pernambuco no coração só pode votar em Raquel”. Disse mais “nossas diferenças são muito menores que o desejo de mudar Pernambuco e 80% dos pernambucanos disseram no primeiro turno que querem mudança”.
Na plateia, além de deputados federais eleitos que estiveram em outros palanques no primeiro turno, como o pastor Eurico, Lula da Fonte, Guilherme Uchoa Junior e Iza Ferraz, e estaduais como os socialistas Rodrigo Novaes e Aluísio Lessa, Antonio Moraes(PP), Joel da Harpa(PL) e Alessandra Vieira(Uniao Brasil), a quase totalidade dos prefeitos presentes não estiveram com a candidata antes. Entre eles, alguns de municípios grandes como Professor Lupércio, de Olinda; Márcia Conrado(PT), de Serra Talhada; Ricardo Ramos, de Ouricuri; e Paulo Roberto Arruda, de Vitória de Santo Antão. Os partidos que enviaram representantes oficialmente foram PSDB, com o presidente nacional Bruno Araújo, PP com o presidente estadual Lula da Fonte, Cidadania com o presidente estadual Daniel Coelho, Cidadania, MDB, PSC, PT, PL e Republicanos.
Um senão do evento que teve o nome de “Pernambuco no Coração” foi a ausência de dois adversários da Raquel no primeiro turno: o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que já declarou apoio a ela mas está se recuperando de uma pneumonia, e o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira que afirmou só dar apoio a Raquel depois de conversar com o presidente Bolsonaro. Esta semana inclusive a assessoria de Anderson enviou para a imprensa uma entrevista do deputado federal Fernando Rodolfo, do PL de Caruaru, reclamando na neutralidade de Raquel e criticando sua gestão no município.
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