Napoleão, o filme. Eu vi – Por Homero Primeiro*

 

Quem vai assistir “Napoleão”, recém-chegado às telas dos cinemas, deve imaginar ser mais um filme de guerra. Claro, o personagem da nossa história está associado a batalhas impiedosas que o levaram a grandes conquistas e outras tantas derrotas na Europa. Mas nesse filme, que tem a direção do cineasta Ridley Scott, a trama é vista e pensada pelo olhar de Josephine, a mulher que ao mesmo tempo elevou Napoleão a Imperador da França, também o destronou. Sim, Josephine foi a paixão avassaladora de Napoleão, a quem ele dedicou todas as suas vitórias e todas as suas derrotas. Enfrentou toda a França em nome do amor que tinha por ela. E em todas as suas batalhas, 61 no total, que levou milhares e milhares de compatriotas à morte, Napoleão deixa bem claro que lutava pela França e por Josephine.

.Napoleão é um excelente filme com esplendorosas interpretações. No papel título o ator Joaquin Phoenix (o eterno Coringa) e Josephine é interpretada pela atriz Vanessa Kirby. Ao assistirem, prestem bem atenção à uma cena em que ela, acho que no segundo encontro dela com Napoleão, ao perceber o grande interesse dele em tomá-la como mulher, ela que se tornaria a futura imperatriz da França, levanta o vestido e pede ao homem que será o seu imperador que olhe entre as pernas à mostra “porque ao provar o que está vendo, ele jamais vai esquecer”. Dito e feito. Napoleão nunca esqueceu Josephine. Mesmo sendo ela uma mulher afeita a traições conjugais. Se casam, se divorciam, vivem tórridos momentos de paixão. Ela o ajuda a se tornar ainda maior na França – como diz no filme “só eu o conheço tão bem, Napoleão”. Sobre a separação, essa foi muito doída para ele, que precisou deixar o convívio matrimonial com a amada – que não podia lhe dar um sucessor ao trono – e teve que engravidar uma outra mulher. Josephine e Napoleão, no entanto, nunca deixaram de se encontrar, mesmo não sendo ela mais a imperatriz da França. Da França, porque seria sempre para Napoleão.

O filme nos mostra o quanto estrategista foi o general, o cônsul e o imperador Napoleão, que se imaginava o novo César. Que, como nos lembra a história, passou pela queda da monarquia, deu apoio à instalação da República, mas pelo comando foi capaz de engendrar – em nome de um poder absolutista – um golpe no sistema de governança do seu país (conhecido como o 18 Brumário) para se tornar o chefe maior e trazer à França de volta à combatida monarquia. Sim, o poder subiu à cabeça de Napoleão. Ganancioso, impiedoso, determinado e muito apaixonado, Napoleão fez tudo o que achava ser seu bel-prazer pela França, pelo Exército e muito por Josephine. Depois de ser destituído do comando do país e levado a um novo exílio – Josephine já havia morrido tempos antes – Napoleão enfrentou sua pior batalha: os anos de solidão. Ao morrer, diz o filme, que Napoleão pronunciou três palavras para a humanidade: França, Exército e Josephine.

Antes de morrer no exílio, Napoleão balbuciou três palavras: França, Exército e Josefina.

*Homero Primeiro é jornalista. Texto para o blogdellas. Foto: Divulgação

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