Movimento Negro diz que equipe de transição de Lula pratica “racismo estrutural”

Lideranças do Movimento Negro que apoiaram a candidatura de Lula fizeram este final de semana as mais severas críticas dirigidas até agora ao futuro presidente. Em nota, afirmam que “os indicados para a equipe de transição até o momento são, em sua maioria, pessoas brancas, ricas e velhas” e se posicionam contra a criação do Ministério da Igualdade Racial que batizam de “cercadinho” pois restringe, na opinião deles, “a perspectiva de atuação das pessoas negras nas políticas públicas”.

Uma nota assinada por dois dos maiores líderes do movimento, o frade franciscano David Santos, da Educafro, que organizou a visita de um grupo de frades ao então candidato, e o sociólogo Ivair Augusto dos Santos, foi publicada ontem pelo portal Metrópole. Os dois afirmam que vêm “a equipe de transição com sentimento de tristeza, desilusão, ingratidão e perpetuação do colonialismo” na medida em que pessoas negras não foram aproveitadas nas diversas áreas como entendem que deva ser feito.

Cercadinho

Dizem que foram desconsideradas “as indicações de profissionais negros de áreas diversas, com mestrado e doutorado, prontas a colaborar. Alguns com perfil para o STF. Alguns fruto das ações afirmativas do governo Lula”. E continuam “o racismo estrutural está dominando a equipe que comanda a frente democrática. Há concentração de negros e negras no grupo de temática racial, mas não há em outras áreas do governo”.

E continuam: “O Ministério da Igualdade Racial enfraquece a luta e restringe a atuação das pessoas negras nas políticas públicas. Ainda precisamos ministrar letramento racial à esquerda? Estamos prontos. Não aceitamos ser colocados num cercadinho”. Eles dizem que ainda dá tempo do presidente eleito tomar providências e é isso que esperam que venha a ser feito.

Redação Blogdellas – Foto: Divulgação

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