Mês do Livro: campanha promove estímulo à leitura com programação especial
A Companhia Editora de Pernambuco vai ofertar acesso gratuito a e-books, doação de livros e rodas de conversa
Abril é o Mês do Livro na Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), tempo de celebrar datas que, muito além de efemérides, funcionam para estimular a leitura, como o Dia Internacional do Livro Infantil (2), Dia da Biblioteca (9), Dia Nacional do Livro Infantil e Dia do Editor (18) e o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor (23). Pensando nisso, a editora pública vai liberar a leitura gratuita de dez e-books durante os 30 dias de abril. A campanha contempla outras ações, como doação de títulos em duas modalidades distintas, bate-papo entre escritores e leitores, contação de histórias infantis para os pequenos, desconto no catálogo e o passaporte Cepe Editora.
O acesso aos e-books – oportunidade única porque todos estão esgotados na versão impressa – será liberado em duas etapas nas plataformas de e-readers. De 1º a 15 de abril estarão disponíveis os seguintes títulos: A arte de se tornar ignorante, de Flávio Brayner; 100 crônicas escolhidas, de Mauro Mota; Além do barro: heranças de Vitalino no Alto do Moura do século XXI, de Márcio Sá; Forró: a codificação de Luiz Gonzaga, de Climério de Oliveira Santos; e O Observatório no telhado, de Oscar Matsuura. Na segunda fase, de 16 a 30, os leitores terão acesso gratuito aos livros: Bacamarte, pólvora e povo, de Olímpio Bonald Neto; Arruar: história pitoresca do Recife Antigo, de Mário Sette; Teresa decide falar, de Lindevania Martins; J. Borges: Entre Fábulas e Astúcias, de Maria Alice Amorim; e Auto de javalis e unguentos, de Helder Herik.
Este ano, uma das novidades da campanha é a ação “Leve para casa, esse livro é seu”, que prevê a distribuição de obras com textos e poemas escritos por dom Helder Camara (1909-1999), arcebispo emérito de Olinda e Recife. As publicações, acondicionadas em um porta-livros feito pela equipe do projeto Galeria Reciclada da Cepe, ficarão à espera dos seus donos em espaços públicos, como praças e parques, e universidades. A segunda modalidade de doação é a entrega de exemplares de gêneros diversos, pelo programa Caixa de Leitura, a projetos não convencionais de bibliotecas, como as gelatecas espalhadas pela Região Metropolitana do Recife.
Bate-papo – No dia 17 de abril, das 10h às 12h, os autores Cida Pedrosa e Wellington de Melo participarão do bate-papo “A literatura e seus elos: um encontro entre leitores e escritores”. O encontro, franqueado ao público e com inscrições pelo Sympla (sympla.com.br/cepeeditora ), acontecerá no auditório da Cepe (Rua Coelho Leite, 530, Santo Amaro) e pretende ser um momento de reunir amantes da literatura contemporânea, sobretudo integrantes de clube de leituras. O bate-papo será mediado por Anita Presbitero, escritora e coordenadora do Clube de Leitura e Sarau das Floriterárias.
Sinopses: E-books gratuitos
Liberados a partir de 1º de abril
1. A arte de se tornar ignorante, de Flávio Brayner
Sinopse: As mudanças que se abatem sobre o Brasil, com graves repercussões sobre a educação, levam o professor Flávio Brayner a profundas reflexões. Sentindo-se impossibilitado de “promover antropologias positivas, otimismos sociais ou fantasias utópicas”, o professor reúne artigos e crônicas em que expressa sua indignação com os novos tempos sombrios e seu desalento com as perspectivas do futuro.
2. 100 crônicas escolhidas, de Mauro Mota
Sinopse: O escritor pernambucano Paulo Gustavo homenageia o centenário de Mauro Mota (1911-1984) com uma seleção de 100 crônicas do autor. Os textos foram publicados originalmente na coluna Agenda, mantida pelo poeta e escritor no jornal Diario de Pernambuco, nos períodos de 1966 e 1984. Os temas abordados referem-se em geral ao cotidiano do Recife e a aspectos da cultura pernambucana.
3. Além do barro: heranças de Vitalino no Alto do Moura do século XXI, de Márcio Sá
Sinopse: A realidade dos artesãos de um importante polo de produção de peças de barro – o Alto do Moura, em Caruaru – analisada a partir das contradições do cenário atual e do tensionamento entre caminhos autorais e possibilidades comerciais. Neste livro, o pesquisador Márcio Sá conduz uma reflexão sobre alguns aspectos da sociedade contemporânea agrestina, sobretudo no que diz respeito ao artesanato enquanto trabalho. Os dilemas dos que são reconhecidos ou se reconhecem como discípulo de Mestre Vitalino (1909- 1963) são muitos. Desse modo, o autor apresenta os desafios experimentados nesse ofício atualmente, questionando-se se a comunidade artesã do Alto do Moura terá condições de manter sua tradicional relação com o barro ou se esta será descaracterizada pela modernização periférica e a individualização dos interesses próprios do nosso tempo.
4. Forró: a codificação de Luiz Gonzaga, de Climério de Oliveira Santos
Sinopse: Criado para servir de ponte entre os leitores e as tradições culturais, o livro Forró: a codificação de Luiz Gonzaga foi dividido em duas partes. A primeira aborda a vida de Luiz Gonzaga (1912-1989) em Exu, no Sertão de Pernambuco. A segunda estuda sua música. Escrita por Climério de Oliveira Santos, a obra faz parte da série “Batuque Book” .
5. O Observatório no telhado, de Oscar Matsuura
Sinopse: Finalista do Prêmio Jabuti 2012, na categoria Ciências. Remonta a biografia de George Marcgrave (1610-1644), astrônomo e geógrafo alemão que veio ao Recife com a comitiva de Maurício de Nassau, no século 17, e foi responsável por iniciar o primeiro estudo sistemático de Astronomia no Brasil, a partir do observatório construído no Palácio de Friburgo em 1643, que foi o primeiro do Novo Mundo.
Liberados a partir de 16 de abril
6. Bacamarte, pólvora e povo, de Olímpio Bonald Neto
Sinopse: A partir de pesquisa minuciosa de Olímpio Bonald Neto (1932-2023) nasceu Bacamarte, pólvora e povo, única literatura escrita sobre a tradição bacamarteira, manifestação folclórica, antropológica e sociológica do Nordeste. O livro resgata a história do povo bacamarteiro, que desde os fins do século XIX integra a memória cultural pernambucana, sendo hoje considerado um patrimônio vivo.
7. Arruar: história pitoresca do Recife Antigo, de Mário Sette
Sinopse: Em um trabalho de investigação minuciosa, em que resgata a memória de ruas, bondes, praças, anúncios de jornais e outros elementos documentais dos costumes e tradições do passado social do Recife, o jornalista e escritor Mário Sette (1886- 1950) reconstrói a história da capital pernambucana em quatro séculos de evolução, com a autoridade de quem nasceu e viveu no antigo e pitoresco Recife, que tanto amava.
8. Teresa decide falar, de Lindevania Martins
Sinopse: Vencedor do VI Prêmio Cepe Nacional de Literatura (2021), na categoria Conto, o livro de Lindevania Martins mergulha no universo da literatura fantástica, conduzindo o leitor por um labirinto surpreendente de irrealidades.
9. J. Borges: Entre Fábulas e Astúcias, de Maria Alice Amorim
Sinopse: No panteão da gravura em madeira, J.Borges é um dos grandes do Brasil, internacionalmente reconhecido e reverenciado. No ramo dos editores populares, a gráfica por ele liderada escreve parte desta história, a da literatura de cordel brasileira. O poeta é autor de narrativas e imagens eleitas obras clássicas do cordel e da xilogravura. Forma aprendizes, dissemina saberes, maneja memórias seculares e concede-nos a cada dia intenso legado de invenção artística e tradições. Essa bela trajetória se encontra esmiuçada nas páginas deste livro. A grande dádiva em José Francisco Borges é, enfim, a união duradoura entre arte, tradições de oralidade e memória cultural de raízes ancestrais.
10. Auto de javalis e unguentos, de Helder Herik
Sinopse: Um dos vencedores do Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura em 2021, este poema dramático apresenta o controvertido Zózimo, patriarca supremo, juiz dos acontecimentos passados e futuros, um anti-herói que tanto pode existir na literatura como na casa vizinha, tido como “cidadão de bem”, mas que no fundo cultiva o ódio, extravasado contra as mulheres, as minorias e os desvalidos, identificando-se com muitos dos brasileiros contemporâneos.
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