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Memorial da Democracia de Pernambuco tem conselho deliberativo anunciado


O Memorial da Democracia de Pernambuco Fernando de Vasconcellos Coelho – marco que reúne as contribuições do povo pernambucano nas lutas libertárias ao longo dos séculos – teve seu conselho deliberativo anunciado. O colegiado é formado por 16 representantes titulares da administração pública estadual e da sociedade civil, em paridade.

Além desse importante passo para o funcionamento e projetos futuros do Memorial, foi firmado também um convênio entre a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, a quem o Memorial está vinculado, que permitirá a manutenção de atividades mantidas no espaço.

O conselho deliberativo será presidido pelo secretário executivo de Direitos Humanos, Jayme Asfora, sendo ainda composto, em sua representação governamental, pela Companhia Editora de Pernambuco (Igor Burgos, diretor administrativo e financeiro, e titular do Grupo de Trabalho do Memorial da Verdade de Pernambuco); Vice-Governadoria do Estado (Tércio Amaral, gerente de Comunicação); Procuradoria Geral do Estado (Marcelo Casseb, procurador); Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (Sidney Rocha, diretor); Secretária da Casa Civil (Rubens Júnior, secretário-executivo); Secretaria de Cultura (Filipe Moura Wanderley, gerente de Territorialidade e Equipamentos Culturais) e Assessoria Especial do Governo (Mariana Melo, secretária executiva de Relações Internacionais).

A sociedade civil está representada por Lilia Gondim (economista, ex-assessora da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, titular do GT do Memorial da Democracia de Pernambuco e ex-presa política); Socorro Ferraz (historiadora, professora emérita da UFPE e titular da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara); Manoel Moraes (professor, titular da Comissão Nacional de Anistia, titular da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara e coordenador do GT do Memorial da Democracia de Pernambuco); Luci Siqueira (vice-coordenadora do GT do Memorial da Democracia de Pernambuco e ex-presa política); Fernando Araújo (professor de Direito e secretário do GT do Memorial da Democracia de Pernambuco); Ricardo Coelho (professor de Direito, procurador de Justiça, titular do GT do Memorial e filho de Fernando Coelho), Marcelo Santa Cruz (advogado, militante dos direitos humanos e irmão de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desaparecido político nos anos 1970) e Félix Filho (jornalista e titular do GT do Memorial da Democracia de Pernambuco).

Membros do conselho participaram de uma solenidade no Memorial da Democracia, na última quinta-feira (15), que também contou com a presença da secretária de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Lucinha Mota; do presidente da Cepe, João Baltar Freire, e de diversos nomes históricos ligados à defesa dos direitos humanos em Pernambuco. Para o presidente da Cepe, João Baltar Freire, o convênio firmado junto à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos foi um importante passo para a consolidação do projeto do Memorial. “A Cepe se responsabilizará em manter o Memorial aberto, assegurando sua manutenção e pagamento dos monitores, até que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos possa assumir o equipamento como um todo a partir do ano que vem”, assegurou.

Histórico – O Memorial da Democracia de Pernambuco surgiu como recomendação da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara – criada em 2012 e que durante cinco anos investigou casos de violações de direitos humanos praticadas em Pernambuco, entre os anos de 1946 e 1988. Seu nome é uma homenagem ao coordenador geral da comissão, Fernando de Vasconcellos Coelho (1932-2019) – advogado, professor, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (Seccional PE), ex-deputado federal, procurador do Estado e voz ativa na defesa das liberdades durante o regime militar (1964-1985).

O Memorial está instalado no casarão do Sítio da Trindade – um equipamento da Prefeitura do Recife tombado por sua importância histórica e cultural. O local já acolheu o Forte Arraial do Bom Jesus, no século XVII, sendo foco de resistência contra os invasores holandeses. Foi também, entre 1960 e 1964, a sede do Movimento de Cultura Popular (MCP), que reuniu nomes como Paulo Freire e Abelardo da Hora, e teve as atividades encerradas após ser invadido por tanques militares.

Construído com recursos do tesouro estadual, tendo a parceria da Prefeitura do Recife que cedeu o imóvel, o Memorial da Democracia tem como objetivo ser espaço de visitação pública, de pesquisas e estudos, contribuindo para a formação cidadã. Reúne um importante acervo composto por documentos, vídeos e fotografias. Em destaque, o relatório final da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, com mais de 800 páginas, e mais de 70 mil documentos coletados, entre prontuários, entrevistas e depoimentos.

Redação com assessoria. Foto: Divulgação

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