MDB perde protagonismo e vira Partido nanico

 

O MDB, que foi um dos principais protagonistas da política em Pernambuco durante o regime autoritário e conseguiu, através do atual senador Jarbas Vasconcelos, governar o Recife e o estado durante 16 anos, está iniciando o período eleitoral de 2022 como um partido nanico.

 

E a pergunta que não quer calar é a seguinte: como uma legenda que tem dois senadores – o próprio Jarbas e Fernando Bezerra – e um deputado federal chegou a esta situação? Na verdade, o partido foi definhando desde que virou apêndice do PSB, após o senador Jarbas se aliar ao então governador Eduardo Campos, e agora não conseguiu sequer ter uma chapa de candidatos  a deputado estadual, o que obrigou o filho do senador Jarbas – Jarbas Filho – e o deputado estadual Tony Gel a se filiar ao PSB para ter condições de disputa.

 

A chapa de deputado federal, composta no apagar das luzes da janela partidária, foi montada de última hora para “salvar o mandato de Raul” como se comentou durante toda esta semana na Assembleia Legislativa. Na verdade, o próprio PSB se mobilizou neste sentido, alegando à sua base que se Raul não conseguisse compor a chapa de federal, o partido ia cair no colo do senador Fernando Bezerra, oposição declarada ao PSB.

 

PP engoliu o lugar

Além da falta de mobilização do MDB para crescer durante todo este tempo –  o PP, também aliado ao PSB, chegou a formar a segunda maior bancada da Assembleia e conquistar a presidência da casa – os emedebistas passaram anos a fio dependendo  da chapa do PSB para garantir o mandato de federal de Raul e o estadual de Tony Gel. Nem mesmo a decisão de acabar com as coligações proporcionais fez o partido abrir o olho e se organizar internamente para o pleito atual.

 

Cabeça cortada

Corre no meio político versão já publicada e nunca desmentida que o governador Eduardo Campos procurou Jarbas, através de Raul, em 2012, para apoiar a candidatura de Geraldo Júlio a prefeito, com o objetivo de ser candidato a presidente unindo o estado, como fez Getúlio no Rio Grande do Sul. Indagado por assessores se não temia a reação dos seguidores de Jarbas ao entendimento entre os dois, teria comentado “não tem problema. Quando se corta a cabeça de uma cobra o corpo fica se debatendo por um tempo mas acaba se entregando”.

 

Luta intestina

Jarbas, que queria voltar ao campo da esquerda  do qual tinha se distanciado ao romper com Arraes e aliar-se ao PFL, aceitou as regras do jogo e entregou a Raul a condução orgânica do partido. O caldo entornou quando o senador Fernando Bezerra,entrou no MDB, e se desentendeu com a direção estadual por defender que o partido voltasse para a oposição. A luta intestina chegou aos tribunais mas ainda perdura e este ano recrudesceu quando Fernando tentou fazer o filho Miguel candidato a governador e a legenda lhe foi negada.

 

Fernando volta à luta

Apesar de ter aconselhado Miguel a se filiar ao União Brasil, pela qual é candidato a governador, Fernando continua emedebista. Ontem, em meio a cobranças feitas a Raul por não ter conseguido formar a chapa de estadual, o nome de Fernando voltou ao noticiário como possível candidato a federal pela legenda. Como senador, Fernando teria direito a disputar a Câmara mas Raul mais uma vez se declarou contrário. Pelo visto a briga vai continuar.

 

Tereza articuladora

A deputada estadual Tereza Leitão, do PT, vem sendo elogiada no PSB pelo traquejo nas negociações para composição da chapa majoritária da Frente Popular. Conseguiu até uma linha direta com o governador Paulo Câmara. Ontem os elogios voltaram após o empenho pessoal da deputada no acordo que parecia impossível entre PT, PCdoB e PV para composição da chapa proporcional da Federação composta pelas três legendas.

 

Foto:Google Imagem

 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com 

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