Marina dá invertida em Kerry e reforça soberania da Amazônia

 

Coube a uma mulher, a ministra do meio-ambiente Marina Silva, ser protagonista de uma das maiores invertidas já dadas por uma autoridade brasileira em um emissário da Casa Branca. Esta quinta-feira, após um encontro com o assessor para questões do clima dos Estados Unidos, John Kerry, que está no Brasil para, aparentemente, negociar o aporte de recursos que os americanos pretendem fazer no Fundo Amazônia, Marina, sem papas na língua, não gostou quando o americano se referiu à Floresta Amazônica como “tesouro extraordinário que pertence a todos nós, de alguma forma” pouco depois de deixar clara a necessidade de reciprocidade na negociação.

O semblante de reprovação de Marina às declarações, levaram Kerry a concluir sua fala perguntando: “a senhora está bem?”. A ministra falou com firmeza: “Agradeço pelas palavras dirigidas ao Governo do Brasil. O presidente Lula tem compromisso com o desmatamento zero até o ano 2030. Temos completa clareza sobre a responsabilidade que temos com este território tão importante do nosso país. Nossa soberania impõe responsabilidade e entendemos o caráter que a Amazônia tem de equilíbrio do planeta mas temos a clareza da soberania sobre este território e buscamos ajuda, mas ajuda soberana, com a qual queremos compartilhar a responsabilidade da proteção em bases econômicas, tecnológicas, de recursos e compreendendo que é um esforço de proteção das florestas do mundo”.

Ao reagir desta forma, Marina expressa uma preocupação com uma ajuda financeiramente grande e o que pode vir em seguida em termos de interferência americana nas políticas públicas voltadas para a Amazônia. Marcou, portanto, território. Mas, fica cada vez mais claro, que o Brasil não pode sozinho garantir a sustentabilidade de uma floresta que representa quase 40% do território nacional, envolvendo nove estados e 772 municípios. Já devia há tempos ter iniciado uma negociação em outros termos, com o país, por exemplo, se comprometendo a manter a floresta e receber em compensação créditos necessários para conservá-la e para combater a desigualdade social em nosso território. Na forma como está estabelecida, porém, a negociação pode findar em mais atropelos e perda do soberania do que em resultados práticos e altivos para o país. Será um toma-lá-dá-cá.

Governo reage a empresas terceirizadas

O Governo do Estado resolveu esta quinta-feira reagir às cobranças por salários atrasados de merendeiras e outros profissionais terceirizados que vêm sendo feitas há mais de 10 dias. Disse em nota oficial que está com os repasses às empresas que contratam terceirizados em dia e não se justificam os atrasos. Até sugeriu que os trabalhadores prejudicados recorressem à defensoria pública para provocar o judiciário. A mesma coisa aconteceu com o Detran. Surgiram rumores de que o órgão estaria atrasando pagamento de psicólogos e médicos conveniados. O Detran rebateu informando que está com o pagamento em dia e o mês de dezembro, por exemplo, foi totalmente liquidado dia 20 de janeiro. O pagamento de janeiro está sendo concluído , segundo o órgão.

Teresa na Fundaj

A senadora Teresa Leitão vai acompanhar o ministro da educação, Camilo Santana(PT), esta sexta-feira na posse da nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Márcia Ângela Aguiar, que substitui o advogado Antonio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos. Camilo Santana vai ainda visitar a UFPe e almoçar com o prefeito do Recife, João Campos(PSB).

Crédito para as mulheres

O deputado federal Silvio Costa Filho anunciou em suas redes sociais a aprovação ontem na Câmara de projeto de lei 1883/21 que facilita a implementação de linhas de crédito para mulheres microempreendedoras com juros reduzidos pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O Pronampe concede empréstimos em quantias que representam até 30% do faturamento dos micro e pequenos negócios.

Ampliação do Polo Automotivo

O presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, disse à governadora Raquel Lyra, em visita esta quinta-feira, que em breve a Companhia, que engloba marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroen e Ram vai anunciar uma ampliação na capacidade produtiva do Polo Automotivo de Goiana. Afirmou que no momento 36 empresas fornecedoras de equipamentos para o Polo já estão instaladas no estado e o número pode chegar a 50 em curto prazo. Hoje o Polo é responsável pela geração de 60 mil empregos diretos na Mata Norte.

Pergunta que não quer calar: o que vão dizer as empresas terceirizadas que atrasaram salários quando o Governo afirma que as paga em dia?

 

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar