Mais verde e amarelo e menos vermelho

A campanha deste ano, a julgar pela polarização exibida até agora, teria, de um lado, a Bandeira Brasileira com o verde/amarelo adotado pelos  bolsonaristas,  e de outro o vermelho, característico do PT e do ex-presidente Lula. Mas não vai ser bem assim. O PT decidiu adotar o verde/amarelo em suas peças de campanha apesar de também incluir o azul o branco e o vermelho tradicional.

Na festa de lançamento da chapa Lula presidente e Alckmin vice este final de semana em São Paulo, o vermelho só apareceu nas camisas e bandeiras de movimentos sociais e nas roupas de Gleisi Hoffman,da deputada Teresa Leitão e de alguns poucos militantes. Havia gente vestida de todas as cores. A marca da campanha que exibe o slogan “Vamos Juntos pelo Brasil”, além do losango da Bandeira Brasileira nas cores amarelo e azul, tem faixas verde, amarela, azul e vermelha. Uma profusão de cores.

Apesar de costumar exibir só o vermelho em suas manifestações, há tempos o PT vinha incomodado com o fato da direita ter se apropriado do verde/amarelo que surgiu nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff. Além disso os bolsonaristas adotaram o grito “a nossa bandeira jamais será vermelha”, colocando os petistas como contrários às cores nacionais. O movimento pela virada começou com aristas petistas como Daniela Mercury, que se enrolou em uma bandeira do Brasil durante show, e Anitta que vestiu um biquíni verde amarelo em apresentação recente.

Repercussão

Dentro e fora do PT ainda se discute sobre o acerto dessa decisão considerando que a identidade de Bolsonaro com a Bandeira Nacional é tanta que quando se vê uma bandeira exibida em apartamentos pelas grandes cidades ou em casas do interior já se sabe que ali tem um bolsonarista. “A gente precisa mostrar que a Bandeira Brasileira  é símbolo de um povo diverso, jamais de uma minoria extremista” disse Daniela à Folha de São Paulo. E acrescentou “precisamos unir o verde, amarelo, branco, azul e vermelho”. Foi o que o PT fez em seu evento junto com o PSB.

Teresa e Anderson têm opiniões divergentes

Candidata a senadora da Frente Popular, a deputada Teresa Leitão disse ao BlogDellas sobre a nova estratégia petista que “A bandeira do Brasil é o mais icônico dos símbolos nacionais. Pertence ao povo brasileiro. Não pode ser apropriada por setores da politica e muito menos ser identificada com violência. É sobretudo um símbolo da democracia. Nessa campanha, frente aos 200 anos da República cujos valores precisam ser preservados vamos usá-la fortemente”. O pré-candidato a governador Anderson Ferreira, apoiado por Bolsonaro disse em tom irônico “cada um tem sua estratégia.  Que bom que Lula pelo menos esteja começando  a falar em nossa bendeiraque é tão bela e diante de um presidente que há muito tempo a exibe com tanta alegria que é Bolsonaro”.

Campanha e Covid

Tudo indica que a campanha eleitoral deste ano pode ser vetor de expansão da Covid 19 pelo país. Ela nem começou e já acusou três baixas importantes entre os infectados. O candidato a governador de Pernambuco, Danilo Cabral, foi diagnosticado e passou sete dias em quarentena. O candidato a vice presidente Geraldo Alckmin não pode comparecer ao ato de lançamento da chapa com Lula em São Paulo porque estava com a doença. Esta quinta foi a vez do presidenciável Ciro Gomes, do PDT, entrar em quarentena.

Patriotas só com consenso

O partido Patriotas, que formou uma chapa para deputado estadual e estaria para declarar apoio ao candidato a governador Miguel Coelho(UB) pode não fazer aliança em Pernambuco. Foi isso que garantiu ao Blogdellas o candidato a deputado estadual Joãozinho Tenório, ex-prefeito de São Joaquim do Monte. Segundo ele, o vice-presidente nacional, Junior Marreca, lhe informou esta segunda-feira que aqui o partido só apoia um candidato a governador mediante consenso dos candidatos a estadual. Joãozinho garante que isso é impossível pois desde o início se estabeleceu que o Patriotas se manteria neutro no estado e por isso foi possível a formação da chapa.

Fotos: Google Imagem/Divulgação

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