Maioria dos brasileiros veem com “esperança e confiança” a eleição, mostram Ipespe/Abrapel
O sentimento causado pela polarização política na eleição presidencial deste ano tem sido definido como de “raiva” ou de “medo” em função da radicalização gerada em torno dos dois principais candidatos. Esta, porém, não é a visão de 60% da população, segundo a pesquisa Termômetro da Campanha realizada em parceria pelo Ipespe/Abrapel (Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais) e divulgada este final de semana, mostrando que este é o percentual de brasileiros com visão positiva sobre o pleito. Os que têm sentimentos negativos são 33% e os 7% restantes não souberam ou não quiseram responder.
O levantamento chama-se Termômetro da Campanha e é realizado pela primeira vez, medindo não só a intenção voto, como, sobretudo, como as pessoas estão envolvidas emocionalmente na disputa. Dos ouvidos, 37% disseram que vêm o pleito que se aproxima com “esperança”, 17% com “preocupação”, 15% com “confiança”, 7% com “indignação”, 5% com “alegria”, 4% com “medo”, 3% com “orgulho”, 3% “desânimo” e 2% com “tristeza”. Outra informação importante é a demonstração de que 50% das pessoas estão se informando politicamente nas transmissões de Rádio e TV e 47% pelas redes sociais (na eleição de 2018 as redes sociais foram bem mais representativas).
A possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, tema difundido pelo presidente Jair Bolsonaro, não ganharam até agora o crédito da maioria da população. Segundo a pesquisa, 60% confiam que não há possibilidade de fraude e 40% que há. Também o tema sobre “fechamento de igrejas’ que tem sido difundido nas redes no caso da esquerda vencer a eleição, só causa temor em 25% dos brasileiros. Os outros 75% não creem nisso. Com relação ao telegran e zap, eles só são considerados para consulta sobre o pleito por 7% dos entrevistados, uma influência muito reduzida, ao contrário do que se imaginava.
Lula superior na propaganda
É natural que o candidato à frente nas pesquisas seja melhor percebido pelas pessoas quando aparece na mídia eletrônica. Desta forma, 39% dos eleitores ouvidos pelo Ipespe/Abrapel, disseram que estavam assistindo a propaganda de Lula e só 22% a de Bolsonaro. Já nas Redes Sociais, Bolsonaro é mais visto, chegando a 39% as pessoas que vêm suas postagens e 37% as de Lula. O levantamento Termômetro da Campanha vai ser repetido até a eleição.
Justiça de olho no Rádio e TV
A justiça eleitoral, que, na semana passada, havia obrigado a Frente Popular a retirar do ar no Rádio e TV inserções do candidato a governador Danilo Cabral(PSB), por terem usado a imagem do presidente Lula por mais de 25% do tempo de exposição, como manda a legislação referindo-se às pessoas que apoiam os candidatos, fez o mesmo este domingo com as inserções do candidato ao senado André de Paula (PSD). No caso de André estava no ar um vídeo de uma conversa dele com Marília em que ela pede votos para o senado. Segundo o TRE, a fala da candidata do Solidariedade ocupa mais tempo que a de André, ferindo a legislação.
Minas tem eleição estadualizada
A maioria dos estudiosos afirmam que a eleição deste ano está nacionalizada, por conta da polarização entre Lula e Bolsonaro, mas em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, o candidato do PT que está à frente do atual presidente nas intenções de voto no estado, não está conseguindo influir na eleição do seu afilhado, ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, candidato a governador. A pesquisa Datafolha desta quinta-feira apontou o atual governador e candidato a reeleição Romeu Zema(Novo) com 52% das intenções de voto , podendo se eleger no primeiro turno, e Kalil (PSD) com 22%. O PT estaria estimulando o voto luzema (juntando Lula e Zema).
Pergunta que não quer calar: Em Minas, até agora, a eleição de governador está estadualizada. E aqui, vai estadualizar ou continuar nacionalizada?
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