Maio Amarelo: hospitais metropolitanos registram queda em notificações de acidentes de trânsito

Referências no atendimento a casos de Traumato-ortopedia na Região Metropolitana Norte e Sul, os hospitais Miguel Arraes (HMA), em Paulista, e Dom Helder Câmara (HDH), no Cabo de Santo Agostinho, ambas unidades ligadas à Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH), comemoram a redução no número de notificações de sinistros de trânsito no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2024. De janeiro a março de 2025, o HMA registrou 295 atendimentos correspondentes a vítimas de sinistros de trânsito, o que representa uma queda de 19% em relação ao ano passado, com índice de altas hospitalares superior ao de internações. Já o HDH apresentou uma redução mais surpreendente: no período de um ano, a unidade registrou uma queda de 81% no atendimento a vítimas de sinistros de trânsito nos três primeiros meses do ano, passando de 189 para 36 registros.
A queda tem relação com a conscientização dos motoristas sobre a segurança no trânsito. Campanhas como Maio Amarelo, um movimento criado pela ONU há 14 anos, colocam em pauta a urgência da redução da violência no trânsito. Para monitorar esses dados, os dois hospitais metropolitanos do Grande Recife atuam como Unidades Sentinelas, alimentando o Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (SINATT), ligado à Secretaria Estadual de Saúde (SES/PE).
ALERTA
Por outro lado, o que não se alteram são os dados referentes à natureza do sinistro e o meio de locomoção das vítimas. Ano após ano, são as colisões de trânsito, as quedas de veículos e as motocicletas que mais levam vítimas ao atendimento nas Emergências do Miguel Arraes e do Dom Helder. Das 295 notificações de sinistros de trânsito atendidos no HMA no primeiro semestre de 2025, 66% foram colisões e 83,7% das vítimas estavam em motocicletas. Além disso, um percentual de 60% são vítimas com idade produtiva entre 20 e 39 anos. No HDH, das 36 notificações, 26 delas (72%) se referem a sinistros com motocicletas e 17 (47%) caíram do veículo.
De acordo com Adauto Telino, coordenador de Ortopedia do HMA, apesar dos registros positivos no primeiro trimestre deste ano, ainda há um longo caminho a ser percorrido quando o assunto é segurança no trânsito. “O principal perfil do paciente de Ortopedia e Traumatologia do HMA é do motorista ou passageiro de motocicleta envolvido numa colisão de trânsito. Isso reflete diretamente na nossa assistência. Em todo o ano passado, de janeiro a dezembro, foram quase 1,4 mil notificações de vítimas de acidentes recebidas aqui; 90% delas de motocicletas, e mais de 92% resultando em fraturas”, destaca. “No HDH não é diferente. Mesmo com uma redução tão significativa de notificações nesse primeiro trimestre, o ano de 2024 ainda levou 573 vítimas de sinistros de trânsito à unidade do Cabo, sendo 82% por motocicleta. Ainda falta muita conscientização dos motoristas sobre esse meio de locomoção”, explica.
REFLEXO
Os sinistros resultam, em sua maioria, em longos períodos de internação hospitalar, além de deixar, muitas vezes, sequelas permanentes nos pacientes envolvidos. Para o especialista, a Campanha Maio Amarelo ainda é uma forma de ajudar a conscientizar a população: “muitos desses sinistros poderiam ter sido evitados se houvesse o cumprimento das normas de segurança no trânsito. Então o Maio Amarelo é a oportunidade de chamar atenção para essas regras, diminuindo assim os índices de feridos e mortos, para que, realmente, tenhamos paz no trânsito”, explica Adauto.
Redação com assessoria Foto: divulgação
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