Machismo Estrutural – Por Júlio Lóssio*

 

Ao observar a presença da mulher na política brasileira percebemos de cara a presença esmagadora de homens nos postos de comando, seja no executivo, no legislativo ou no judiciário.

E nesse contexto, vivenciando agora o período das eleições que definirão os representantes dos Conselhos Regionais de Medicina em todos os estados do país , não pude deixar de perceber uma grande disparidade. Mesmo as mulheres tendo avançado de forma importante no que tange ao número de médicas em relação ao total de médicos em nosso país, quando se fala de ocupação política representando a classe médica em seus Conselhos, Sindicatos e Associaçoēs, a presença masculina ainda é muito mais forte.

Em Pernambuco, por exemplo, dos 80 profissionais inscritos nas chapas para disputar o Conselho Regional de Medicina, apenas 36% são de mulheres. E isso ainda com um agravante: nas quatro chapas que estão em disputa, independente do vencedor, o representante que será o Presidente do Conselho Regional é um homem.

A verdade é que a política de cotas de mulheres, seja para número de candidatas, seja para distribuição de fundo eleitoral, gerou mais fraude com candidaturas fantasmas/laranjas do que resultado prático na ampliação da participação feminina.

Penso que talvez a melhor opção para corrigirmos essa grande distorção seja a reserva de vagas destinada exclusivamente as mulheres. Acredito ser essa uma forma mais eficiente de melhorar a participação feminina e, consequentemente conquistarmos uma melhor representação da nossa sociedade.

* Lóssio é médico, ex-prefeito de Petrolina e colaborador do Blogdellas. Foto: Divulgação.

E-mail redacao@blogdellas.com.br

Compartilhar