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Lula se solidariza com Raquel, vaiada por petistas no Geraldão, e diz que vai trabalhar com ela

Embora tenha dito que o evento desta quarta-feira no Recife “foi o mais importante em compromissos com o homem do campo da história do Brasil” pelos programas anunciados e recursos liberados ( “não acredito que, de uma só vez, tantos ministros estiveram em Pernambuco para anunciar benefícios”) o presidente Lula aproveitou o início do seu discurso no Geraldão para dar uma lição de moral na plateia. Irritado com as vaias que foram mais fortes contra a governadora Raquel Lyra (o prefeito João Campos também foi vaiado) ele completou: “agora eu fico triste de ver que parecia que tudo era pequeno diante da necessidade de vaiar a governadora. Quando a gente convida alguém para a nossa casa a gente tem que respeitar. Vocês podem me vaiar à vontade mas respeitem meus convidados. Vaiando ela, vocês estavam me vaiando. A governadora pode ser nossa adversária política mas foi eleita pelo povo e aqui virei quantas vezes forem necessárias para cuidar da população com ela, com João com tantos outros. Não é vaia que vai me impedir”.

O comportamento da plateia que lotou o Ginásio de Esportes e aguentou quase três horas de discursos tirou o presidente do sério. Bom lembrar que no ano passado ele também ouviu vaias semelhantes, na época endereçadas ao governador Paulo Câmara e comandada pelos próprios petistas, na época solidários a Marília Arraes. Não era diferente o público de hoje que se juntou a enfermeiros e funcionários do metrô. Os primeiros para cobrar da governadora e do prefeito o pagamento do piso salarial e os segundos para dizer ao presidente que não aceitam a privatização do metrô quando ela sequer é cogitada. Na hora que Raquel se levantou pra falar e ele sentiu as vaias, Lula se levantou e ficou o tempo todo ao lado dela aplaudindo-a. A ele se juntaram todas as mulheres que estavam no palco, entre elas , a senadora Teresa Leitão, a deputada federal Iza Arruda e as secretárias estaduais.

Na primeira fila de autoridades estavam Raquel, ao lado de Lula, Janja e João Campos. O prefeito foi um dos primeiros a falar e deu tempo para dar uma satisfação aos enfermeiros prometendo pagar o piso, tão logo os problemas sejam contornados. Na hora de Raquel falar, antes de Lula, a plateia já estava cobrando- “Lula cadê você, eu vim aqui só pra te ver”. A governadora, que fora alertada por auxiliares sobre a possibilidade de ouvir vaias, não se intimidou e fez um pronunciamento curto em defesa da democracia no qual citou Fernando Lyra, Eduardo Campos e Miguel Arraes. Falou da desigualdade e da fome de grande parte da população estadual, prometeu ao presidente tocar no estado as políticas públicas que ele criar com o objetivo de combater a miséria. Essa missão também é nossa, não com vaias, mas com amor. Precisamos aqui de uma construção coletiva. Pernambuco não pode continuar líder da violência, do desemprego e da fome mas das mesmas soluções que serão dadas para o Brasil”.

O Governo, além da retomada do Programa de Aquisição de Alimentos, voltado para o agricultor familiar, anunciou vários outros projetos de habitação, investimento em encostas, de meio-ambiente e de erradicação do câncer de colo de útero. A ministra da saúde Nísia Andrade disse que o trabalho sobre o câncer do colo de útero será feito em parecia com o IMIP e ressaltou que o IMIP está fornecendo ao Governo um composto alimentar criado por ele para recuperar da desnutrição dos ianomâmi.

Redação blogdellas- Foto: Divulgação/JC

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