Lula dá aval para derrubada do veto à pensão vitalícia a crianças com zika

Por Carlos Madeiro e Carla Araújo do portal UOL
Segundo apurou o UOL, nesta quarta-feira (11), o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), ligou para a presidente da Unizika, Luciana Arrais, para informar que tinha chegado a um acordo.”O governo fez um análise mais pormenorizada e compreendeu que é de bom tom autorizar que esse veto seja derrubado pelo Congresso”, disse Randolfe.A votação sobre a derrubada do veto está marcada para o dia 17, e as mães das vítimas têm feito pressão em Brasília para que o projeto da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) seja mantido.
Hoje, essas crianças têm direito apenas a uma pensão de um salário mínimo (R$ 1.518 atualmente), que não cobre sequer os gastos com um bom plano de saúde.
Ao UOL, Luciana diz que a derrubada do veto é um sinal de justiça .
“Foi pela força delas. Pelas mães que nunca tiveram a opção de desistir. Porque, quando nasce um filho com deficiência, o mundo muda —e, junto com ele, nasce uma mãe que precisa ser gigante todos os dias”, disse.
Segundo associações de famílias com a síndrome, são 1.589 crianças com sequelas graves. Três em cada quatro vítimas são do Nordeste. Um estudo da Fiocruz apontou que essas crianças têm 22 vezes mais risco de morte.
Protocolado em 15 de dezembro de 2015 pela então deputada e hoje senadora Mara Gabrilli, ele estabelecia uma indenização de R$ 50 mil e o pagamento de uma pensão vitalícia às crianças seguindo o teto do INSS (R$ 8.092,54, no valor atual). Lula vetou a pensão e aumentou a indenização para R$ 60 mil, o que revoltou as mães.
“A luta de uma mãe nunca é em vão. E agora, depois de tanto tempo, começamos a ver um sinal de justiça. Sim, o projeto foi vetado. Foi um baque. Uma dor. Uma traição. Mas essas mães não recuaram. Não aceitaram o silêncio. E, por causa da coragem delas, dessa persistência incansável, o país está olhando de novo. Hoje, com o apoio do próprio governo, o Congresso tem a chance de reparar esse erro. Derrubar o veto não apaga o passado, mas mostra que o futuro pode, sim, ser mais justo. Essas mães moveram o que parecia impossível.”
Luciana Arrais, presidente da Unizika
Redação com texto de Carlos Madeiro e Carla Araújo colunistas do portal UOL, em 12/06/2025 Foto:reprodução UOl/ Nacho Doce /Reuters
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