Lavareda diz que PT ainda não se livrou das consequências da Operação Lava Jato
Ao analisar a pouca expressão do PT na eleição deste ano, incluindo o ABC Paulista, onde em redutos históricos da legenda como Santo André, Osasco e São Bernardo os candidatos petistas nem chegaram ao segundo turno, o cientista político Antonio Lavareda disse, em análise na CNN este domingo, que o partido vem perdendo cada vez mais expressão nas eleições municipais a cada quatro anos, e concluiu que isso se deve sobretudo “ à nódoa, à mancha que permanece na imagem do partido, sobretudo em setores de classe média, após a operação Lava Jato”.
Na medida em que, segundo ele, o PT “não reciclou seu ideário a partir da eleição de 2016, quando perdeu 60% do número de municípios que administrava, a cada eleição vai ficando menor”. Este ano o partido ficou em nono lugar conquistando apenas 252 prefeituras no país. Perdeu até para o PSB e PSDB – legendas que vêm declinando na preferência dos eleitores – e que conseguiram conquistar 309 e 274 prefeituras, respectivamente ( os partidos que mais elegeram prefeitos foram o PSD com 887 e o MDB com 854).
Na entrevista à CNN, Lavareda também se referiu a outras dificuldades enfrentadas pelo PT, no período citado, como a crise econômica que levou ao impeachment da então presidente Dilma e, sobretudo em São Paulo, o que chamou de desenraizamento do petismo de sua base. “o PT nasceu no chão de fábrica do ABC paulista e em todo o país com o envolvimento da Igreja Católica através das comunidades eclesiais de base. Só que a sociedade foi mudando, vieram as crises e o ideário continuou o mesmo e aí, o desenraizamento com a mudança do solo, os problemas jurídicos e policiais durante a Operação Lava Jato e a crise que levou ao impeachment de Dilma” criaram, no seu entender, a situação difícil que a legenda enfrenta hoje.
Redação Blogdellas Foto: arquivo
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