Junho Violeta destaca o combate à violência contra a pessoa idosa

Neste mês de junho, o Brasil se une à mobilização global do Junho Violeta, campanha que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre todas as formas de violência contra a pessoa idosa. A iniciativa, coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI) e em parceria com a Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM/MDHC), reforça que o respeito deve acompanhar o ser humano em todas as fases da vida.
O gancho central da campanha é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado em 15 de junho, data que se torna ainda mais urgente em um cenário de envelhecimento crescente da população brasileira. Com o tema “Junho Violeta: o papel da saúde na identificação e acolhimento”, o foco deste ano está no protagonismo dos profissionais de saúde como agentes de detecção e resposta a casos de abusos físicos, psicológicos ou de negligência.
Na linha de frente do cuidado com a pessoa idosa, os profissionais de saúde têm papel essencial na identificação precoce dos indícios da violência. O geriatra Guido Schachnik, da Hapvida, ressalta que os sinais nem sempre são evidentes à primeira vista. “O idoso, quando está passando por esse período de maus-tratos ou negligência, torna-se mais agressivo, por vezes medroso, não se comporta como anteriormente, tem perturbações, principalmente noturnas”, explica o médico.
Segundo ele, os casos de violência física também são comuns nos atendimentos. “Muitas vezes surgem manchas nas pernas, nos braços; todo tipo de maus-tratos aparecem aqui. Em nossos consultórios, também nos postos em que atendemos, é muito frequente descobrirmos que esse idoso está sendo negligenciado ou maltratado”, completa Schachnik.
Quando há suspeita, a conduta da equipe de saúde é clara: conversar com familiares, observar as dinâmicas e, se necessário, encaminhar o caso às autoridades competentes. “Cansei de assistir, em emergências, idosos com traumatismos que nos faziam crer ter sido fruto de espancamentos. E, por vezes, denunciei”, relata o geriatra.
A Hapvida tem estudado parcerias com instituições como a Defensoria Pública e entidades de acolhimento, com o objetivo de realizar eventos educativos, rodas de conversa e ações comunitárias. A ideia é ampliar a rede de proteção e criar espaços onde idosos, familiares e cuidadores possam discutir o tema da violência de forma aberta e informativa.
A campanha Junho Violeta também é um convite à reflexão coletiva: como sociedade, estamos preparados para garantir que os idosos vivam com dignidade, segurança e afeto. Schachnik lembra que o primeiro passo é a sensibilidade. “Hoje temos uma visão humanizada. Precisamos enxergar o idoso não apenas como um paciente, mas como um ser humano completo, com história, fragilidades e direitos”.
Durante todo o mês, unidades de saúde e instituições públicas de todo o país se mobilizam com ações de conscientização. A orientação é clara: em casos de suspeita de violência contra idosos, qualquer pessoa pode denunciar por meio do Disque 100, que funciona 24 horas por dia.
Redação com assessoria Foto: Freepick/reprodução
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