Intervenção na Fundação Terra pode ser decretada para preservar a instituição
Diante da prisão do padre Airton Freire e das notas divulgadas pela Polícia Civil e Ministério Público, demonstrando a gravidade da situação, grupos de pessoas que costumam ajudar à Fundação Terra, instituição que, há 40 anos, presta assistência a nível de excelência a famílias carentes do agreste e do sertão, começam a discutir intramuros a possibilidade de pedir ao Ministério Público e à Justiça a decretação de intervenção no órgão para evitar que, pelo erro de alguns, a população carente a região e mais de 300 pessoas envolvidas no trabalho da Fundação acabem penalizadas.
Este blog apurou que a Diocese de Pesqueira já admite a possibilidade de assumir a parte espiritual da instituição e até indicar um membro para o conselho mas não deseja cuidar da administração que entende deva ser entregue a profissionais qualificados capazes de tentar superar as dificuldades criadas com os problemas que envolvem o padre Airton e alguns dos seus assessores diretos. Tem causado mal estar o fato de um irmão do sacerdote, Wellington Freire, estar na direção da Fundação como superintendente e de outros parentes fazerem parte do quadro de contratados.
Poucas pessoas acreditam que o padre possa voltar às atividades da fundação e desejam ir preparando o caminho para a independência do órgão. A Fundação Terra surgiu a partir de uma associação criada pelo padre Airton na rua do Lixo, em Arcoverde, onde moravam na época pessoas que viviam de catar alimentos no lixo. Na época a LBA ajudava com doações mas informou ao sacerdote que, para ampliar o trabalho, ele precisava criar uma entidade sem fins lucrativos mas com personalidade jurídica própria. Foi então que a Fundação surgiu e hoje é considerada um exemplo de assistência nas áreas de saúde e educação.
Dedica-se à assistência geral dos moradores de vários municípios vizinhos a Arcoverde, onde tem sua sede no centro da cidade, e possui um centro de excelência em fisioterapia onde são tratadas inclusive crianças com microcefalia. Hoje, além de doações a partir de R$ 10,00 mensais mas que alcançam quantias maiores pois entre os doadores há empresas pernambucanas, a Fundação tem convênio com o SUS que garante grande parte de sua manutenção. Há uma certeza, porém, que com tudo o que tem acontecido, as doações, que são fundamentais, venham a ser reduzidas inviabilizando o trabalho e causando grande impacto inclusive econômico em Arcoverde onde residem a maioria dos funcionários. Daí a necessidade de demonstração de controle da situação mediante uma intervenção que venha a ser decretada pela justiça.
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