Humberto quer PT na oposição a Raquel e pode implodir federação PT/PCdoB/PV na Alepe
Um dia depois do presidente estadual do PT, deputado Doriel Barros, ter posado para fotos com a governadora Raquel Lyra em reunião na Fetape – Federação dos Trabalhadores na Agricultura – o senador Humberto Costa distribuiu nota à imprensa através de sua assessoria, afirmando que deseja que o PT estadual se reúna “ para definir uma posição sobre o governo Raquel Lyra” defendendo, ele próprio, que o partido assuma o campo de oposição à administração da governadora.
– Tenho insistido que precisamos ter uma definição. Essa história de ser independente não existe. O PT nunca foi de ficar em cima do muro. Temos de nos perguntar: nós apoiamos o Governo Raquel? Eu acho que não. Até o momento não temos qualquer identidade com esse governo que está aí” – acrescentou.
A declaração de Humberto, se aceita pelo PT, pode desestruturar a Federação composta pelo PT/PCdoB/PV na Assembléia Legislativa. Os três, partidos que se uniram atendendo a uma decisão das executivas nacionais pois as federações têm que ser repetidas nos estados, resolveram, através do voto, se declarar “independentes” na Alepe. Isso permite que deputados das legendas possam votar com o Governo ou não, dependendo das pautas propostas.
Se o PT se declarar de oposição e os demais partidos não entenderem dessa forma a união deixa de existir. A existência de bancadas independentes é permitida no novo regimento na Assembléia Legislativa e passou a vigorar nessa nova legislatura. Com isso os partidos tiveram permissão para escolher seu caminho e as Federações idem. Esta quinta à noite, ao saber da declaração de Humberto, um dirigente do PT pernambucano afirmou a este blog que o senador “deve estar mal informado ao achar que o PT sozinho leva com ele a Federação, o que não é verdade”.
Nas declarações distribuídas à imprensa Humberto fala que “a oposição deve ser construtiva e aberta ao diálogo em todos os temas de interesse do estado”. Diz confiar, porém, que “Raquel caminhe para uma aproximação com o governo do presidente Lula, que tem todo interesse na construção desse arranjo político”. E acrescentou “Para isso é necessário que a governadora tenha posições claras de qual é o campo político que ela quer construir. Ultimamente temos visto uma aproximação com partidos de posição contrária ã nossa, como o PL de Bolsonaro. Então, nesse contexto e nesse cenário, não há identidade política entre nós “- concluiu.
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